Segundo o relatório provisório de incêndios rurais do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, arderam nos primeiros sete meses do ano um total de 24 mil 68 hectares fruto de um total e 5 mil 249 incêndios florestais entre 1 de janeiro e 31 de julho, avança a agência Lusa.
Comparando os valores dos primeiros sete meses deste ano com o histórico dos 10 anos anteriores, o relatório indica que houve menos 43% de incêndios rurais e menos 34% de área ardida relativamente à média anual do mesmo período. O ano de 2020 apresenta, até ao dia 31 de julho, “o valor mais reduzido em número de incêndios e o 6.º valor mais baixo de área ardida, desde 2010”, refere o documento.
No que se refere a fogos de maior dimensão, os dados registam a ocorrência de cinco incêndios rurais com área ardida superior ou igual a 1.000 hectares: Oleiros (Castelo Branco), Chaves (Vila Real), Castro Verde (Beja), Aljezur (Faro) e Covilhã (Castelo Branco). O incêndio de maior dimensão registado este ano foi o que deflagrou em Oleiros no dia 25 de julho, que destruiu 5.570 ha, seguido do que deflagrou em Vila Real no dia 30 de julho, que o ICNF diz ter destruído 2.560 hectares.
Do total de 5.294 incêndios rurais verificados nos primeiros sete meses do ano, foram investigados 2.740 (52%), responsáveis por 44% da área total ardida e, destes, a investigação conseguiu atribuir uma causa a 1.840. Até à data, segundo o ICNF, as causas mais frequentes são: fogo posto (27%), queimadas de sobrantes florestais ou agrícolas (19%), queimas de amontoados de sobrantes florestais ou agrícolas (9%) e queimadas para gestão de pasto para gado (8%).
No total, as várias tipologias de queimadas e queimas representam 36% das causas apuradas. Já os reacendimentos representam 11% do total de causas apuradas, num valor inferior face à média dos 10 anos anteriores (15%).
O distrito mais afetado no que diz respeito à área ardida é o de Castelo Branco, com 7.248 ha, cerca de 29% da área total ardida até à data, seguido de Vila Real, com 3.255 ha (13% do total) e de Faro com 2.906 ha (12% do total).
O documento acrescenta ainda que os concelhos que apresentam maior número de incêndios se localizam “todos a norte do Tejo” e que se caracterizam por “elevada densidade populacional, presença de grandes aglomerados urbanos ou utilização tradicional do fogo na gestão agroflorestal”.