Finalmente estão a ser dados os passos corretos para “valorizar” o Couto Mineiro, considerou o presidente da Câmara da Covilhã durante a cerimónia em que foi formalizado o apoio do Turismo de Portugal à criação da “Rota do Volfrâmio e do Estanho – História e Memória das Comunidades Mineiras”.
Vítor Pereira vincou na sua intervenção, feita na “boca da mina” na Barroca Grande, que “após séculos de esquecimento”, o poder central olhar para o interior “não é um problema de moda mas de necessidade”.
Sobre o projeto ali apresentando, e que prevê a recuperação de património das minas, como a antiga cantina que será transformada em centro interpretativo, o autarca destaca também o património imaterial, como “a memória e sentimento dos mineiros” que, em conjunto, “são o suporte da identidade das populações”, frisando que são fundamentais para o sucesso do projeto.
O objetivo é que a partir da “fileira do turismo mineiro, um segmento ainda pouco ou quase nada desenvolvido”, se criem as condições para “regenerar” a região do “ponto de vista ambiental, económico e social”, disse.
O presidente da Câmara da Covilhã frisou que este projeto é o preparar do futuro “porque a mina é finita e é preciso diversificar e criar alternativas de rendimento”, exortando empresas na área da “hotelaria, restauração e artesanato” a investirem no “interior do interior do concelho”, aproveitando a nova fileira de turismo mineiro que se está a criar.
Este é um projeto que “pela primeira vez une formalmente as câmaras da Covilhã e Fundão”, destacou Paulo Fernandes, frisando que esta é uma das suas “grandes virtudes” e chamando desde já para a equação “a câmara de Pampilhosa da Serra, que embora de forma menos expressiva, também está ligada ao Couto Mineiro”.
Destacando um território com um passado glorioso, recordou os milhares de mineiros que por ali passaram e que marcaram o país e a Europa. O presidente da Câmara da Fundão frisou que nas Minas da Panasqueira se vai na 11ª geração de mineiros e “este projeto pretende também homenageá-los”.
Uma parceria também elogiada pela Secretária de Estado do Turismo que esteve presente na assinatura do protocolo de financiamento.
Rita Marques vinca que o objetivo deste financiamento não é “criar rotas e trilhos isolados, mas sim suportar um projeto que possa fixar o turista mais tempo nestes territórios”, rejeitando o que apelidou de “abordagem do ‘toca e foge’”. A governante enfatizou que “é importante valorizar, mas nesta perspetiva de eficiência coletiva celebrando-se os bons casamentos”, disse.
De resto o projeto apresentado mereceu da governante elogios, afirmando que “nunca me tinha passado pela cabeça ser mineiro por um dia, mas é algo que me fará voltar para experimentar”, frisou.
Deixou ainda um repto aos agentes locais para que, “na segunda fase do programa Valorizar”, surjam novos projetos para “continuar a trabalhar intensamente” nesta recuperação do território.
A “Rota do Volfrâmio e do Estanho – História e Memória das Comunidades Mineiras” será criada em conjunto pelas câmaras da Covilhã e Fundão, prevê a criação de 2 centros interpretativos, um do lado da Covilhã e outro do Fundão e ainda a criação de 3 rotas pedestres, a Rota do Mineiro, a do Salt&Pilha e a Rota da Argemela, para além de núcleos museológicos, documentários e um site dedicado ao tema.
Tem um custo estimado de 890 mil euros e o protocolo de financiamento, através do programa Valorizar, foi assinado esta quinta-feira entre os dois municípios e o administrador do Turismo de Portugal, Carlos Abade.