O ministro da Administração Interna disse na sexta-feira, em Cernache, que o “renascimento” da profissão de guarda florestal, com a recente conclusão do 1.º Curso de Guardas Florestais da GNR dos últimos 16 anos, é uma “aposta estratégica” na prevenção dos incêndios.
“A experiência dramática de 2017 levou-nos a compreender que, dentro das múltiplas formas de ação que tínhamos de desenvolver (…) o renascimento da Guarda Florestal era aqui uma aposta estratégica”, disse Eduardo Cabrita em Cernache do Bonjardim, onde assistiu à apresentação da missão dos Guardas Florestais e do serviço desempenhado pelas Equipas de Proteção Florestal no distrito de Castelo Branco.
Eduardo Cabrita, que esteve acompanhado pela ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, assinalou a ingressão este ano de 155 novos guardas florestais, aumentando o efetivo para 434 elementos que asseguram todas as ações de polícia florestal, de caça e pesca de norte a sul do país, e assegurou que a profissão, que estava “em vias de se extinguir”, já está a selecionar mais 50 elementos para integrar aquela força militar.
“A Guarda Florestal é herdeira de uma tradição antiga dos mestres florestais, dos guarda-rios, de uma ligação muito estreita à atividade agrícola e à atividade florestal”, afirmou o ministro, tendo feito notar que as “vicissitudes das decisões administrativas tinham-na colocado, na última década, num estatuto particularmente incómodo”, ou seja, era uma “instituição que estava em vias de se extinguir, destinada a desaparecer, quando os últimos elementos (…) fossem gradualmente terminando o seu período de vida ativa”.
Nesse sentido, continuou: “este renascimento da Guarda Florestal, em que neste momento estamos já a selecionar mais 50 elementos para acrescer a estes 155 e em que temos um programa para nos próximos quatro anos proceder ao alargamento desta estrutura, é fundamental na dimensão preventiva, na dimensão pedagógica, mas também na investigação das causas dos incêndios para desenvolvermos um melhor trabalho”.
Eduardo Cabrita concluiu com um balanço provisório dos incêndios, tendo referido que, “pela terceira vez”, o país regista “cerca de metade das ocorrências que existiram nos últimos 20 anos” e que “este ano, que ainda não terminou a sua fase de risco, o número de ocorrências é cerca de 47% a menos que a média dos últimos 10 anos”.
Presente na sessão, o comandante do Destacamento Territorial da GNR de Castelo Branco, Coronel Albino Tavares, deu conta de uma estimativa global distrital de limpeza dos terrenos por parte da população na ordem dos 90%.
O “renascimento” da carreira de Guarda Florestal teve início em 2018, por iniciativa do ministro da Administração Interna. No dia 17 de abril deste ano deu-se por terminado o 1.º Curso de Guardas Florestais da GNR dos últimos 16 anos, tendo ingressado 155 novos guardas.