Câmara da Covilhã sai do consórcio que gere a Pousada da Juventude

A Câmara Municipal da Covilhã vai sair do consórcio que, há cerca de cinco anos, gere a Pousada da Juventude da Serra da Estrela e que é constituído também pela Federação de Desportos de Inverno de Portugal e a empresa Prunus Avium, SGPS.

A decisão foi aprovada na reunião privada do executivo, com os votos favoráveis dos vereadores da oposição, e na origem da decisão está, segundo explicou aos jornalistas o presidente da câmara, uma “recomendação do Tribunal de Contas (TC)”.


Explicou que o TC recomenda a saída porque o referido consórcio “tem empresas que visam o lucro e esta não é a vocação da autarquia”. O presidente explicou ainda que a sua participação “nunca foi financeira” e que a autarquia entrou “para salvar a pousada do encerramento”.



Na Assembleia Municipal de terça-feira, dia 13, a saída foi também aprovada, mas o processo foi muito criticado pela oposição.


A bancada independente, pela voz de Manuel João Rodrigues, destacou que “é a Câmara que compete tomar as decisões que, em cada momento, considere que são as mais adequadas para a defesa dos seus interesses”, mostrando esperança que “esta seja uma delas”, mas questionou o processo.


Para a bancada do movimento independente “De Novo Covilhã”, esta saída não está relacionada com “vocação ou recomendação”. É uma questão “de ordem politica e gestionária que levou a Câmara a tomar uma decisão de fuga para diante”, disse.


Já o PCP, que “votou contra a entrada da autarquia neste consórcio, votou favoravelmente a saída”. Ainda assim, e uma vez que “era parte integrante”, Vítor Reis Silva criticou o facto de “durante 5 anos a câmara não ter sido interveniente no plano de atividades nem na gestão”, logo “que contas pode dar a esta assembleia sobre o consórcio?”, questionou?


A atuação da Câmara foi também muito criticada pela bancada do PSD. Marco Aurélio afirmou que não se trata de uma “recomendação” do TC, mas sim de uma “intenção manifestada pela autarquia ao tribunal, conforme consta no despacho”, disse.


O eleito põe em causa a “não intervenção da Câmara na gestão do consórcio”, como Vítor Pereira afirma que aconteceu, e anunciou que vai “requer cópias das assembleias gerais para verificar qual a verdadeira participação do município”.


No final, aos jornalistas, o presidente da Câmara reiterou que era “vontade da câmara continuar, mas o país tem regras e é preciso acatar o que o Tribunal de Contas disse”, deixando claro que “a Câmara não tomou a iniciativa de sair do consórcio”.


Vítor Pereira salientou ainda que a Câmara “não teve intervenção, nem na gestão, nem financeira, durante estes 5 anos”, vincando que desde o início “entrou de forma institucional”, para unir as vontades das outras duas entidades “de reerguer a pousada”, relembrando que “a Movijovem queria encerra-la”.


O cancelamento da adesão do município a este consórcio foi aprovado com 6 abstenções e 30 votos a favor.