O “riquíssimo” acervo do escritor, colecionador e investigador covilhanense Humberto Morão, foi doado pela família à Covilhã, “como sempre foi sua vontade”, explicou em entrevista à Rádio Clube da Covilhã a sua sobrinha Odete Morão.
No dia em que este completaria 95 anos, 25 de novembro, foi homenageado pela autarquia com a abertura simbólica da exposição do seu espólio na Biblioteca Municipal.
Odete Morão diz que entre a “vasta coleção” há de tudo, desde filatelia, cartazes, arte religiosa e livros, frisando que “para ele a Covilhã era tudo e colecionava o encontrava que lhe dissesse respeito”, acrescentando que “sempre disse que gostava que tudo ficasse para a Covilhã e para os covilhanenses, e quando faleceu fiz o que ele sempre me pediu e entreguei tudo”, afirma.
Para além dos livros que deixou publicados, Humberto Morão deixou este espólio documental, com mais de duas mil peças. Foi sempre “uma pessoa humilde, correta… uma pessoa excecional”, vinca a sobrinha com emoção, frisando que acima de tudo era um “investigador, gostava muito de saber sobre tudo e passava muitas horas na biblioteca e no arquivo”, onde agora estão os objetos que sempre o rodearam na sua casa, que, afirma quem a conheceu, “era uma autêntica obra viva, repleta de cultura”.
Para Regina Gouveia, vereadora da cultura na Câmara Municipal, “o fundo documental criado com o nome de Humberto Morão”, vai auxiliar “muitos investigadores que o poderão consultar na Biblioteca e no Arquivo Municipal”. A autarca não tem dúvidas que “serão a base para múltiplos estudos”, sustentou na sua intervenção, durante a cerimónia inaugural da exposição que a Rádio Clube da Covilhã acompanhou.
Para Regina Gouveia o gesto da família, ao doar este acervo, “mostra o respeito que têm por esta figura ímpar da nossa cultura”, disse.
Durante a inauguração da exposição, e por entre muitos elogios à figura de Humberto Morão e à obra que deixou, a Câmara foi desafiada a fazer uma bibliografia sobre o homenageado e a colocar na biblioteca um memorial em sua honra, para que todos “fiquem a conhece-lo”, disse o professor de história Pinto Pires.
Regina Gouveia não se quis comprometer mas prometeu “não esquecer o tema”.
O acervo que a família de Humberto Morão doou à Covilhã, tem mais de 2 mil peças, desde livros a recolhas sobre todas as freguesias do concelho, devidamente catalogadas e separadas por temas, que vão desde selos a postais, entre muitos outros documentos, que podem ser consultados na Biblioteca e no Arquivo Municipal da Covilhã.
A mostra simbólica inaugurada esta quarta-feira, numa das salas da Biblioteca, fica patente até final do ano.