A Assembleia Municipal da Covilhã aprovou, por maioria (10 votos contra e 27 a favor) , o orçamento e as grandes opções do plano para 2021, propostos pela Câmara Municipal. As bancadas do CDS-PP, CDU e De Novo Covilhã votaram contra e não pouparam nas criticas à gestão socialista da autarquia.
Para a CDU um dos problemas a apontar é o “elevado valor a pagar nos serviços prestados pela autarquia” nos vários setores, com criticas a taxas como a ocupação de subsolo (TOS) e de utilização de equipamentos desportivos. Pedro Manquinho disse mesmo que este é um concelho onde “se paga acima da média nacional e se ganha abaixo da média” e onde “metade da população vive abaixo do limiar da pobreza”.
Da bancada comunista as criticas chegaram também de Vítor Reis Silva, que afirmou que “face ao momento que se vive, era importante o alivio de impostos diretos e de taxas municipais”. Criticou ainda o facto de “não haver obras novas inscritas no plano”, usando o termo “eleitoralista” para classificar a gestão camarária que apenas “prevê concluir as obras em curso”.
As autárquicas do próximo ano também estiveram presentes no discurso do CDS PP. João Lopes Bernardo afirmou que “esperava mais num ano eleitoral” e frisou que “é preocupante que para os próximos anos o que está previsto é menos, menos e menos”, usando o termo “clientelismo” para criticar o aumento do quadro de pessoal.
Para o centrista “o que a Câmara Municipal da Covilhã faz não é orçamentar mas sim orçamentir” e por isso votou contra.
Já a bancada independente De Novo Covilhã considerou que este orçamento “não tem a componente social que deveria para o ano que se avizinha”. Luís Fiadeiro vinca que “está longe de corresponder à expetativa dos covilhanenses” e não mostra uma “estratégia de desenvolvimento que leve a que pessoas e empresas aqui se fixem para combater a desertificação que já se verifica nalgumas zonas do concelho”.
Para o deputado independente “com este orçamento o concelho continuará a marcar passo”, considerando que “este deveria ser um orçamento social e não o é” e por isso a bancada votou contra.
Criticas que o presidente da autarquia, Vítor Pereira, considerou naturais, sustentando que “apenas há visões diferentes”, afirmando que “estranho seria se a oposição viesse dizer bem do orçamento, seria sinal que estava mal feito”, disse.
Munido dos rankings apresentados pelo Anuário dos Municípios Portugueses, Vítor Pereira rebateu o que considerou “as criticas mais recorrentes” da oposição.
O autarca começou por assegurar que a autarquia não “arregimentou” gente para a Câmara, avançando que segundo o Anuário, em 308 municípios a CMC é a 30ª com menor peso no pagamento de despesas com pessoal. Ainda segundo o mesmo documento, disse Vítor Pereira, é 18ª na amortização de empréstimos e é o 15º município no ranking da diminuição do passivo exigível, o que segundo o autarca atenta o bom desempenho da sua gestão.
Vítor Pereira garante que o orçamento proposto “satisfaz a necessidade dos cidadãos e a melhoria da qualidade de vida” no município. Mostra que tem havido “desenvolvimento integral do concelho”. O autarca vinca que “estão previstas todas as obras estruturantes para o futuro”. “Eu também gostava de fazer todas as obras de que se fala nesta assembleia, mas não podemos ter sol na eira e chuva no nabal”, sustentou.
É um orçamento “que representa bem a preocupação pelo equilíbrio que tem sido seguido pelo executivo”, disse Ana Catarina Mendes, da bancada do PS, mostrando-se “orgulhosa” pelo percurso feito pelo município nos últimos 4 anos, “pela obra feita e em curso, pela resposta dada à pandemia e pela resposta social dada aos que têm mais necessidade”, deixando um “percurso financeiro notável”, disse.