É “inaceitável” o abuso reiterado do promotor da central termoelétrica do Fundão, face ao não cumprimento de normas ambientais, afirma o Bloco de Esquerda, numa pergunta enviada ao Ministro do Ambiente e Ação Climática.
No documento o Bloco sustenta que “o Governo tem o dever de intervir para que a legalidade seja reposta”, defendendo que “a atividade da central termoelétrica deve ser suspensa até que tenham sido implementadas todas as medidas de isolamento sonoro e de mitigação do ruído”.
O Bloco de Esquerda afirma no documento enviado ao governante que dá voz às “múltiplas denúncias de pessoas que residem a escassas centenas de metros” da Central e pergunta se o Governo vai “intervir para que seja salvaguardada a saúde e o bem-estar dos moradores, suspendendo a atividade da central até que as irregularidades sejam corrigidas”.
No texto subscrito pelos deputados do Bloco é explicado que a “Central labora em regime contínuo, 24 horas por dia” e, depois de medições efetuadas por estudos acústicos promovidos pela Câmara Municipal do Fundão, “verificou-se o incumprimento significativo do regime geral do ruído, confirmando-se o que os moradores da zona envolvente dizem desde a entrada em funcionamento da central”.
É ainda explicado que “face ao incumprimento das normas ambientais, a Câmara Municipal do Fundão exigiu ao promotor a implementação de medidas de isolamento sonoro, no prazo de 45 dias” o que não foi cumprido, tendo a CMF “dado mais 30 dias, em 12 de novembro de 2020” e o “promotor voltou a falhar o prazo, continuando a infringir as normas ambientais em vigor”, acusa o BE.
Factos que levam os bloquistas a questionar ainda o Governo como é que, “após mais de um ano da entrada em funcionamento da central termoelétrica, persistam elevados níveis de ruído, poeiras, cinzas e odores indesejados que provocam efeitos negativos na saúde e bem-estar dos moradores que residem na envolvência daquela unidade industrial?”.