O candidato a Presidente da República, João Ferreira, esteve ontem na região com um programa dedicado à valorização da cultura, às questões ambientais e às questões das acessibilidades e desenvolvimento. Visitou a Casa da Poesia Eugénio de Andrade, esteve na escombreira do Cabeço do Pião e reuniu com a Plataforma de luta contra as portagens na A23 e A25.
Na Covilhã, o candidato da CDU reuniu com a Plataforma contra as portagens, e identificou as portagens “como um grande constrangimento ao desenvolvimento da região, que se soma a outros associados à interioridade e à ausência de políticas que promovam a coesão territorial”.
Sublinhou que, mais uma vez, “ficou claro que as portagens representam um grande fardo para as empresas, para os trabalhadores e utentes”.
João Ferreira valorizou a conquista da redução no valor das portagens, em sede de Orçamento do Estado, enquanto passo “para a concretização da justa reivindicação de abolição das portagens”.
Questionado sobre a possibilidade de o Governo pedir a inconstitucionalidade da decisão da AR, João Ferreira, declarou que “seria muito importante que o PS e o Governo compreendessem o constrangimento que este fator representa para as empresas, populações e desenvolvimento da região, eliminando-o e desenvolvendo políticas que promovam a coesão territorial, promovam o investimento público, apostem na rede ferroviária, nos transportes rodoviários e na melhoria das acessibilidades”.
Declarou ainda que um Presidente da República, não governando, tem uma responsabilidade fundamental que resulta do compromisso que assume de cumprir e fazer cumprir a Constituição da República.
Um Presidente que “seja coerente com este juramento não se pode alhear do incumprimento sistemático de um preceito constitucional que determina que o Estado tem uma incumbência prioritária de promover a coesão territorial e de eliminar progressivamente as desigualdades entre o interior e o litoral”. João Ferreira sublinhou ainda que, este último preceito, “não está desligado de outro preceito constitucional que é o da concretização da regionalização como meio fundamental para promover o desenvolvimento desta região”.
Durante a manhã visitou a Casa da Poesia Eugénio de Andrade, na Póvoa da Atalaia, Fundão, aqui João Ferreira sublinhou que “a necessidade de dinamização cultural e turística da região deve merecer a atenção e intervenção do Presidente da República”.
Na escombreira desativada do Cabeço do Pião, João Ferreira “tomou conhecimento de um problema ambiental por resolver”, ressalva. Nesta escombreira, “depois de explorados o volfrâmio e os tantos trabalhadores para encher os bolsos de poucos, ficou um depósito de detritos e materiais perigosos votados ao abandono da empresa e à desresponsabilização do Estado”, vinca, considerando este “um cenário com riscos ambientais e de saúde pública evidentes, como a contaminação das águas do Zêzere, o risco de colapso da barragem de lamas, entre outros”.
O candidato da CDU frisa que “este exemplo, entre outros, remete para a necessidade de um Presidente da República comprometido com a defesa de um ambiente sadio e com a saúde e bem-estar das populações”.