Imprevisibilidade. É o termo ao qual se refere Dário Gaspar para descrever esta época desportiva. Na segunda época como treinador do GD MATA/AAUBI, referiu que este ano tem sido particularmente difícil para o futsal: “Pode haver mudanças a qualquer momento. Infelizmente, cada vez que estamos num bom momento somos travados pela pandemia”. Explicou ainda que a planificação não pode ser feita a longo prazo, devido às incertezas que a realidade atual pode trazer.
Impossibilitados de treinar e jogar desde o mês de janeiro, foi necessário adaptarem-se à nova realidade. O treinador afirmou que é importante “manter as ligações entre os jogadores, tal como a condição física de cada um”. Na esperança de voltar aos jogos rapidamente, a equipa técnica e os jogadores reúnem-se três vezes por semana, cerca de 50 minutos por dia, através das plataformas digitais, de maneira a fazer algum exercício físico. Com uma assiduidade nos treinos de mais de 90% para quase todos os elementos, Dário Gaspar mostra-se muito satisfeito com o grupo de trabalho, revelando que a dedicação e o compromisso para com o clube são chaves para o sucesso.
A um jogo de uma possível subida à primeira divisão de futsal, Dário Gaspar salienta que a promoção é um objetivo, mas acima de tudo “é preciso pensar primeiro na manutenção na nacional, como na estabilidade e estrutura da equipa”. Sublinhou ainda que com mais de 88 equipas a disputar a manutenção na II Divisão, “é de louvar ficar nos quatro primeiros da nossa série”.
Com uma média de idades fixada nos 22 anos, o GD MATA/AAUBI conta com vários alunos da Universidade da Beira Interior. Apesar da juventude dos jogadores, a equipa faz prova da maturidade nos treinos e nos jogos, podendo faltar, por vezes, experiência ou uma referência em termos de liderança, explicou o técnico.
A falta de público nas bancadas nos últimos jogos também afetou os jogadores que estavam habituados a ter os seus por perto. Dário Gaspar disse ainda que “as relações entre a AAUBI e o Grupo Desportivo são boas” permitindo assim uma ótima articulação e divulgação dos jogos. O técnico revelou ainda que essas transmissões foram importantes e deram outra dinâmica aos jogos porque “os jogadores sentiam-se observados pelos seus familiares e amigos, então ainda davam mais o seu melhor”. As transmissões desses jogos em direto tiveram por vezes mais de 1000 visualizações.
No final, o treinador destacou a falta de ajuda e patrocínios por parte das entidades locais e da Câmara Municipal. “O futsal tem sido uma modalidade que tem vindo a ser cada vez mais praticada e tem uma projeção enorme, é preciso apostar nela”. Completou dizendo que sem esses fundos torna-se complicado trabalhar, apesar dos jogadores e equipa técnica dedicarem-se a este desporto com paixão.
O GD MATA/AAUBI fica assim com um jogo para acabar a fase regular. O jogo contra o Lobitos Futsal está ainda com data a confirmar.
- -Mathilde Amaral