Beira Serra e Coolabora conseguem apoio da Fundação Calouste Gulbenkian

Fortalecer a sociedade civil e as suas organizações é o objetivo do programa Cidadãos Ativ@s, da Fundação Calouste Gulbenkian, que vai apoiar 51 projetos de intervenção social, de organizações não-governamentais de vários pontos do país, com cerca de 3,8 milhões de euros. Na Covilhã há 2 projetos vencedores, 1 da Associação Beira Serra e outro da Coolabora.

O projeto da cooperativa Coolabora está inserido no eixo “apoiar e defender os direitos humanos”, denomina-se Coolaboratório e vai decorrer até outubro de 2023, conseguindo neste programa um apoio de cerca de 106 mil e 500 euros.


Segundo explica a cooperativa o objetivo é “contribuir para o reconhecimento da importância dos direitos humanos na consolidação de uma sociedade mais justa, quer através da consciencialização e do empoderamento dos jovens tendo em vista potenciar o seu compromisso cívico, quer através da formação de públicos estratégicos”.

A Coolabora frisa que “após a auscultação de 275 jovens para o desenho da intervenção”, o projeto final pretende “capacitar, pelo menos, 60 jovens”, sendo que estes serão apoiados “na realização de iniciativas que contribuam para o desenvolvimento de uma consciência crítica”, através de ações de mentoria.

A Coolabora vai ainda formar 35 profissionais, considerados públicos estratégicos de áreas como educação, comunicação social, política, tendo em conta o particular papel que desempenham na promoção e proteção dos direitos humanos. 

Para a implementação deste projeto a Coolabora realizou uma parceria com a Casa do Menino Jesus, a Universidade da Beira Interior e a Câmara Municipal da Covilhã.

Já a Associação Beira Serra propõe a criação de um jogo de tabuleiro sobre a constituição da República Portuguesa, por parte de toda a comunidade educativa da região da Cova da Beira. Trata-se do projeto “Civitas” que terá uma duração de 26 meses e um financiamento de 105 mil euros. Segundo a associação tem início marcado para setembro.

Os objetivos passam por “reforçar a literacia democrática e a consciência cívica da comunidade educativa”, vinca a Beira Serra, explicando que a parceria é constituída por todos os agrupamentos de escolas da Cova da Beira e a Confederação Nacional das Associações de Pais.

“De forma colaborativa com o Instituto Politécnico de Castelo Branco será criado, testado e distribuído um jogo lúdico-pedagógico sobre a Constituição da Republica Portuguesa, que este ano comemora 45 anos de existência”, sustenta a instituição, frisando que “o projeto Civitas alicerça-se na Constituição como percursor de mudança, partindo da premissa que a consciência cívica se revela no modo de estar em sociedade que tem como referência os direitos humanos, nomeadamente os valores da igualdade, democracia e justiça social”.

“No final do projeto pretende-se que as crianças de 1º Ciclo assumam também elas o juramento que é feito pelo Presidente da República aquando da sua tomada de posse “defender, cumprir e fazer cumprir a Constituição da República Portuguesa””, conclui a Beira Serra.

A edição de 2020 do Cidadãos Ativ@s, cujos resultados foram agora conhecidos, foi a terceira e aquela em que um montante mais elevado – 3,8 milhões – foi atribuído aos vencedores do concurso.

Este ano, 2021, haverá uma última edição, com mais de um milhão de euros restantes, destinados a apoiar mais projetos, que terão que ser concretizados, no máximo, até 2024. “Pretendemos uma sociedade mais justa e mais tolerante. Muitos dos projetos apoiados estão orientados para os jovens, pois é neles que tudo começa”, explica Luís Madureira Pires, responsável pelo programa.

Cada um dos projetos a concurso assenta num de quatro eixos: fortalecer a cultura democrática e a consciência cívica, apoiar e defender os direitos humanos, empoderar os grupos vulneráveis e reforçar a capacidade e sustentabilidade da sociedade civil.

O montante atribuído pela Gulbenkian, através do Cidadãos Ativ@s, provem dos fundos EEA Grants, financiados pela Noruega, Islândia e Liechtenstein, que se destinam ao reforço da sociedade civil portuguesa. “O programa acredita que as organizações são os pilares da própria sociedade”, justifica Luís Madureira Pires.