Pela primeira vez em muitos meses o Centro Hospitalar Universitário da Cova da Beira não tem doentes internados com Covid-19, confirmou à RCC João Casteleiro, presidente do Conselho de Administração.
Relembrando que o primeiro caso de internamento aconteceu a 18 de março de 2020, o responsável destaca que “desde há muito tempo, hoje é o primeiro dia que não temos doentes internados com Covid-19. É um respirar de alívio, mas não podemos embandeirar em arco e não podemos desmobilizar” frisa, acrescentando que “estamos com expectativas neste pós-Páscoa, mas não deixa de ser uma sensação agradável dizer que não temos hoje nenhum doente covid positivo”.
O clínico recorda que na pandemia “todas as situações são imprevisíveis” e a qualquer momento este quadro pode alterar-se por isso o CHUCB mantém reservas para a doença. No entanto, realça que as outras doenças “não acabaram” e mesmo durante a pandemia a atividade assistencial do hospital não parou.
“Eram os doentes que muitas vezes, e bem, não sentiam necessidade de vir à consulta externa”, frisa João Casteleiro, realçando que “todos os doentes que aqui ocorreram foram atendidos, tivemos que realocar unidades para nos adaptarmos, e agora nada voltará a ser como era”. Para o administrador é preciso ter a capacidade de “rapidamente poder reconverter serviços” caso seja necessário, disse.
Destaca neste período pandémico o papel importante que teve o recurso às “consultas à distância”, uma vez que “sempre que a presença do doente não era necessária a consulta passou para essa modalidade” e João Casteleiro defende que, mesmo agora, “desde que o médico consiga manter a doença controlada, se o doente for de longe, por exemplo, o recurso a esta modalidade poupa tempo e deslocações”, vinca.
Já sobre as cirurgias, avança que “no mês passado foi aquele em que mais se realizaram no CHUCB, de toda a vida do Centro, o que significa um esforço de recuperação”, realça.
A vacinação contra a Covid-19 tem, segundo destaca, um papel importante neste quadro mais positivo, apelando por isso “à vacinação e à confiança na ciência”. Realça também a resposta que o Serviço Nacional de Saúde deu na fase difícil da doença, afirmando que “não é, como outros, profeta da desgraça”. “Sabemos o esforço que se fez e podemos congratularmo-nos porque o SNS esteve à altura. Nunca tantos responderam em tão pouco tempo, a uma doença tão grave e tão generalizada no mundo”, disse.
“A ciência não é como há 100 anos atrás, há problemas como em todas as situações, mas é preciso confiança para se ultrapassarem”, defende.