Antonieta Garcia relembra conquistas de abril no início das comemorações na Covilhã

“Basta olhar para os lugares de poder e vemos que as mulheres estão em clara minoria”, afirmou Antonieta Garcia. A escritora falava em declarações à Rádio Clube da Covilhã, depois da conferência “Mulheres e a Construção da Liberdade”, realizada ontem, na Tinturaria e Galeria de Exposições, no âmbito do programa de comemorações do 25 de abril da Câmara Municipal da Covilhã (CMC).

Apesar de muitas coisas terem sido já conquistadas, Antonieta Garcia considera que “ainda há um conjunto de questões que se levantam em relação à mulher, basta olharmos para Assembleia da República e presidentes da câmara”.


Para a escritora o 25 de abril “foi muito importante para as mulheres” e salientou o facto de depois da revolução surgirem “novas palavras para profissões de mulheres que antigamente não existiam”. “Até na fala é percetível toda a opressão que a mulher sentia”, acrescentou.

“As exigências em torno daquilo que são as competências da mulher são muito maiores e uma mulher para ser reconhecida tem que efetivamente ter grandes capacidades, daí que tem de haver uma força interior e saber exatamente o que de bom lhe pode acontecer e de bom ela pode dar ao mundo”, disse.

Antonieta Garcia confessou ainda ter aceitado o convite feito pela CMC “porque falar da liberdade é aliciante sobretudo quando nos aproximamos do 25 de abril, data da grande liberdade que eu recebi de forma emotiva e com uma alegria indescritível”, contou.

A escritora, durante a conferência, fez ainda uma abordagem teológica sobre a origem da mulher, mas também explanou sobre a liberdade e igualdade das mulheres ao longo dos séculos e de que forma estas contribuíram para a construção de uma sociedade mais livre.