Jorge Coelho, Almeida Henriques e Ana Gonçalo foram as três personalidades da região, recentemente desaparecidas, que a Assembleia Municipal da Covilhã relembrou, na reunião desta quarta-feira, com a aprovação, por unanimidade, de votos de pesar. Os eleitos guardaram ainda um minuto de silêncio pelas vítimas em Cabo Delgado, Moçambique.
Jorge Coelho, que o país guardou na memória como ministro das obras públicas que se demitiu após a queda da Ponte de Entre-os-Rios, é relembrado, no voto de pesar, como “um homem de causas que lutou pelo desenvolvimento do interior, defendendo a coesão territorial e combatendo as assimetrias”. No documento é ainda frisado que este “privilegiava o debate de ideias, com convicção respeito e tolerância, nunca com o recurso a ataques pessoais”.
Almeida Henriques, que até à data da sua morte foi presidente da Câmara Municipal de Viseu, é descrito como um “homem com irrepreensível conduta cívica e elevada cultura democrática” que se entregou à causa pública, “um cidadão ativo, participante e dinâmico”, refere ainda o documento aprovado.
A artista Ana Gonçalo, que faleceu a 14 de março e que entre muitos outros trabalhos foi autora do logotipo “Covilhã a Tecer o futuro”, teve “uma singela homenagem que fica aquém de tudo quanto o génio de Ana Gonçalo sempre significará para a Covilhã.”
No documento é ainda destacado que para além da saudade, de Ana Gonçalo fica “a sua dedicação à arte, a sua luz especial, a excelência do seu trabalho e as inúmeras peças de artesanato, as ilustrações” e as sempre citadas “delicadas flores de croché”.
A Assembleia Municipal da Covilhã, por proposta de Luís Fiadeiro, do movimento de Novo Covilhã, solidarizou-se com a dor e sofrimento das gentes de Cabo Delgado, Moçambique.
No voto de pesar, seguido de minuto de silêncio, condenam-se as “atrocidades” cometidas em Cabo Delgado, sobre cidadãos “indefesos, que são decapitados após serem torturados”. Como “povo solidário e humano, não podemos ficar insensíveis” e a AM Covilhã manifestou o seu pesar pela “morte de mais de 2 mil cidadãos em Moçambique”.
A estes votos associou-se também Vítor Pereira, presidente da Câmara Municipal, que também no executivo, na reunião pública de sexta-feira, propôs votos pesar pelo desaparecimento de Almeida Henriques e Jorge Coelho que foram aprovados por unanimidade.