O processo de eleição do novo reitor da UBI teve início às 9h30, hora a que começaram as audições públicas dos candidatos, e o primeiro a ser ouvido e questionado pelos elementos do Conselho Geral foi Abel Gomes.
O Professor Associado com Agregação do Departamento de Informática (Faculdade de Engenharia) e investigador do IT-UBI – Instituto de Telecomunicações, começou por “mostrar onde está a UBI”, para depois traçar planos de futuro e segundo o seu olhar o quadro não é positivo.
“O ensino tem um problema grave, a fuga de alunos após o primeiro ciclo porque os currículos não são flexíveis, o investimento na investigação é residual, a inovação é insipiente, nas infraestruturas não há nada de novo nos últimos 10 anos, há fuga de pessoas e a gestão financeira é focada na receita” realçou, frisando que são dados que é preciso “ver pela positiva, para a partir daqui traçar o futuro”.
Abel Gomes considera que áreas como a Investigação e a Inovação devem merecer uma atenção especial.
No que concerne à Investigação, desde logo porque “se não houver unidades de investigação de excelência os doutoramentos ficam em causa” disse, dando o exemplo do CICS (Centro de Investigação em Ciências da Saúde) que passou de muito bom a bom o que “põe em causa os doutoramentos em Medicina, Ciências Farmacêuticas e Biomedicina”. Alerta que a UBI “nunca teve unidades de investigação internas que tivessem avaliação Excelente”.
Já na área da Inovação, o candidato a reitor, para além de avançar que criará a vice-reitoria para a Inovação, disse que pretende criar um “Innovation Hub” junto ao . Para Abel Gomes esta é uma das áreas importantes porque é a que permite a criação de empresas por parte dos alunos da UBI e só dessa forma eles se fixarão na região.
“A Universidade não pode ser uma placa giratória em que os alunos vêm e vão, temos que criar condições para eles criarem empresas dentro da própria universidade” vincou, afirmando que só desta forma se pode “inverter a curva demográfica da região”.
Para Abel Gomes, a universidade deve ser “o motor de desenvolvimento regional”, palavras que “já se ouvem há 10 anos, mas é preciso explicar”, sustentando que a inovação está na base para a criação de empresas e emprego que levarão à fixação de pessoas (alunos) e crescimento económico.
Para Abel Gomes a centralidade da universidade estará no Ensino, Inovação e Investigação num movimento que “terá que ser imparável”, disse.
O candidato terminou a sua apresentação lembrando uma frase que um dos conselheiros colocou numa rede social “os problemas de sempre não se resolvem com as pessoas de sempre”.
O próximo a apresentar o seu projeto e a ser questionado pelos elementos do Conselho Geral da UBI é Paulo Moniz, às 13h00, e Mário Raposo, quando forem 15h30. A votação para eleger o novo reitor está marcada para as 18:30.