Dia Mundial da Bolota começou há 12 anos na Covilhã e já chegou a todo o país

A comemoração do Dia Mundial da Bolota, que se assinala a 10 de novembro, começou em 2009, na Escola Quinta das Palmeiras, na Covilhã, pela mão do professor de biologia Jorge Carecho, e não deixou de dar frutos. Passados 12 anos são muitos os sítios virtuais e reais que assinalam a data, todos com o mesmo objetivo – preservar a floresta autóctone.

Jorge Carecho mostra-se satisfeito por saber que a iniciativa, que criou há 12 anos, se propagou. Não consegue contabilizar quantos carvalhos terão nascido granças a esta iniciativa, que se disseminou por praticamente todo o país, mas garante que nos dias de hoje “a expressão espécies autóctones para proteger a floresta” é associada aos carvalhos. Quando se pensa em florestar, há uns anos só se falava em pinheiros e eucaliptos e agora já se pensa em carvalhos, azinheiras e sobreiros”, o que demonstra a mudança.


Um objetivo que a associação Guardiões Serra da Estrela também partilha e por isso é parceira destas celebrações. “O dia da Bolota destaca uma necessidade da sociedade e a nossa missão é contribuir para que haja um equilíbrio entre a exploração humana e a necessidade da recuperação dos ecossistemas da Serra da Estrela”, afirma Sara Boléo, referindo que “este dia é a sementinha que pode originar um imenso carvalhal e ensina e dissemina esse conhecimento”, conseguindo “chamar a atenção sobre o que se pode fazer” o que é fundamental.

Os Guardiões da Serra da Estrela elaboraram um conjunto de vídeos, que são autênticos “guias de boas práticas”, sobre recolha, seleção, armazenamento, sementeira de bolotas e plantação de Carvalhos que na manhã de hoje, dia 3, foram apresentados aos alunos.

Uma “grande mais-valia” que vem mostrar aos que “querem fazer, como o fazer bem” explica a Associação pela voz de Sara Boléo, que considera que “como a vontade “se pega” há a expectativa de que aqueles que querem fazer influenciem outros a seguir o exemplo”.

Jorge Carecho, em declarações à Rádio Clube da Covilhã, frisa que os vídeos vêm colmatar uma necessidade de informação que existe. “Ao longo dos anos recebemos dúvidas de pessoas que não sabiam que bolotas recolher, como fazer, em que época. Até mesmo professores de outras escolas e do estrangeiro nos contactavam com dúvidas. Nos vídeos está tipificado tudo o que se deve fazer”, esclarece.

“Há pessoas que têm uma genuína vontade de fazer algo sobre o ambiente, mas têm sempre dúvida se o que estão a fazer é correto e quem é que os pode ajudar”. Foi o constatar desta realidade que esteve na génese da criação deste dia, que ao longo dos anos foi criando material didático, como blogs e páginas na internet, para dar respostas e que agora “junta toda a informação neste conjunto de vídeos”, frisa ainda o docente.

 O Dia Mundial da Bolota assinala-se a 10 de novembro e tem como objetivo chamar atenção para o desaparecimento de florestas autóctones e motivar sobretudo os jovens a participarem na preservação e recuperação da natureza.

Na escola Quinta das Palmeiras o projeto de educação ambiental conta também com um blog “bologta: a bolota que tem um blog”, onde há relatos de atividades, partilhas de informações e trocas de experiências sobre germinação e propagação de bolotas e carvalhos.

No Dia Mundial da Bolota, a tradição local instituída, há 12 anos, na Escola Secundária Quinta das Palmeiras é distribuir Portugal junto dos alunos, funcionários e professores pacotinhos de papel com cinco a dez bolotas de carvalhos autóctones e as respetivas instruções para a sementeira e germinação destas sementes.

Os 6 vídeos-tutoriais estão realizados pela associação “Guardiões da Serra da Estrela” estão disponíveis no seu website  e no Canal de Youtube (AQUI) e abordam os seguintes temas: 1. “O Dia Mundial da Bolota”; 2. “Bolotas e carvalhos”; 3. “Os carvalhos de Portugal”;4. “Recolha, seleção e armazenamento das bolotas”; 5. “Um viveiro para as bolotas”; 6. “Semear bolotas e plantar carvalhitos”.