O Plano e Orçamento para 2022 da União de Freguesias da Covilhã e Canhoso, apresentado pelo executivo PS, não passou na Assembleia de Freguesia.
A proposta apresentada teve 6 votos a favor do PS, a abstenção da CDU e 6 votos contra dos eleitos da coligação “Juntos Fazemos Melhor”. O voto de qualidade da presidente da Mesa, Joana Rocha, (Juntos Fazemos Melhor), ditou o chumbo dos documentos.
A coligação explica que votou contra “não como forma de criar um obstáculo intransponível ao exercício do mandato por parte do Executivo da Junta de Freguesia, mas porque a proposta de Orçamento e de Grandes Opções do Plano apresentada não permite que, de forma responsável” votassem de outra forma.
Para os eleitos do CDS/PSD/IL a proposta “foi elaborada sem que todas as exigências legais fossem cumpridas e evidenciando irregularidades”, frisando ainda que “existem informações obrigatórias que não foram incluídas e ainda, se verifica uma clara discrepância entre aquilo que o documento técnico consubstancia e as Grandes Opções do Plano que são apresentadas para o ano 2022, propondo-se o executivo fazer no ano 2022 aquilo que, afinal, não fez constar da proposta de orçamento”.
A coligação “reitera” a “total disponibilidade para discutir e deliberar sobre nova proposta de orçamento que venha a ser apresentada pelo executivo da junta de freguesia da Covilhã e Canhoso e que permita um entendimento quanto à aprovação dos documentos previsionais para 2022”.
Em nota de imprensa a CDU explica, tal como afirmou na declaração de voto, que “este não é” o seu Plano e Orçamento, mas que “contém o suficiente para não votar contra”, por isso o eleito da CDU absteve-se na votação.
No mesmo documento refere que a CDU procurou “previamente” a inclusão no Plano e Orçamento de propostas como a “indispensável valorização dos trabalhadores da Junta de Freguesia, o reforço do mapa de pessoal tendo em conta as novas competências, a regulamentação, melhoria e alargamento dos apoios sociais, a garantia de atendimento na zona alta da cidade, o reforço do investimento, entre outras medidas”, que não tiveram “tradução concreta no orçamento” apresentado.
A CDU aponta ainda a “falta de humildade democrática e de disponibilidade do executivo PS para negociar seriamente respostas aos problemas e uma direita apostada em chumbar o orçamento”, o que conduziu a este desfecho.
Acrescenta ainda que cabe ao PS “retirar as devidas ilações e decidir qual o caminho que pretende seguir”, ou seja, “governar com o Orçamento de 2021, apresentar uma nova proposta de Plano e Orçamento ou, cair em tentação, e provocar eleições”.
Carlos Martins, presidente da União de Freguesias Covilhã e Canhoso, em declarações à Rádio Clube da Covilhã, explica que “após esta reprovação, evocando falhas técnicas”, o executivo “vai procurar os eventuais erros para os corrigir e levar depois a discussão e aprovação na Assembleia de Freguesia”, o que espera fazer “até final do ano”, disse.
“Respeito a votação democrática” sublinhou o autarca, frisando que, alguns membros levantaram “questões técnicas”, logo o documento vai ser de novo analisado.
Questionado sobre um novo ato eleitoral, Carlos Martins refere que ele próprio e o PS “estão sempre pontos para tudo o que a política possa exigir”, referindo, no entanto, que “para já não é oportuno falar desta questão”, até porque “as questões levantadas não foram muitas, vamos ver se tinham razão ou não e até final do ano marcar nova Assembleia de Freguesia”, disse.