UBI reivindica “pelo menos” mais 6 milhões de euros de financiamento

Durante as comemorações dos 36 da Universidade da Beira Interior, UBI, que hoje se assinalam, o reitor, perante a ministra da Coesão Territorial, reclamou, pelo menos, mais 6 milhões de euros de financiamento.

Mário Raposo, reitor da instituição, depois de elogiar as conquistas da UBI ao longo dos anos, considerando que esta, “contra todas as adversidades, se soube afirmar no panorama do ensino superior português e internacional”, afirmou que “a UBI faz mais com menos” o que significa ” ser mais eficiente e eficaz na utilização dos recursos,” mas ainda assim “é penalizada”.


“Devemos ser recompensados e não penalizados, mas o facto é que o nosso orçamento de Estado, comparado com o de outras instituições, deveria ser superior em mais 6 milhões de euros, pelo menos”, sustentou.

Mário Raposo destacou que a “UBI está entre as a universidade com menos orçamento de estado atribuído por aluno”, e ainda assim “dará início a uma estratégia progressiva e gradual da contratação e renovação do corpo docente, em áreas científicas mais necessitadas”, anunciando do “a abertura de 29 concursos para professores associados”.

Mário Raposo na sua intervenção elogiou também os seus antecessores, que com a implementação da sua visão, ajudaram a crescer a instituição.

Descreve uma universidade com “várias cantinas, várias bibliotecas e residências universitárias, dispersas pela cidade”, “o que se traduz num aumento de custos que não tem expressão no orçamento de Estado atribuído”, vincou Mário Raposo.

Ainda assim a “UBI conseguiu tornar-se numa das melhores universidades portuguesas e com um posicionamento internacional destacado”, realçou, avançando que para se manter competitiva, em termos de investigação, tem que seguir “a lógica de atração e de fixação dos melhores investigadores”.

Nas suas 5 faculdades a UBI oferece 32 licenciaturas e mestrados integrados, 37 mestrados e 26 doutoramentos. Tem 8 629 alunos, mais de 823 professores e cerca de 273 funcionários de apoio e suporte.

Para o futuro o reitor quer uma universidade “que seja o resultado do trabalho apaixonado do coletivo, mantendo-a como instituição atrativa e de referência”, realçando que que tem em curso a elaboração do plano estratégico 2030, que ficará concluído até ao verão.

Na mesma cerimónia, Ricardo Nora, presidente da Associação Académica da UBI também focou o subfinanciamento da UBI que pode condicionar a obtenção de melhores condições para os estudantes que, de resto, reclamou.

Relembrando a atribuição de doutoramento Honoris Causa a dois elementos de universidades africanas, relembrou a dificuldade que alguns estudantes sentem para obter vistos, o que prejudica a internacionalização.

Frisou ainda que a UBI já valoriza o estatuto do estudante atleta, mas reclamou “uma estratégia clara e estruturada para o desporto universitário”, pedindo “a revisão deste estatuto”, vincando também que que “urge a criação do prometido gabinete de cultura e desporto, que concerte com a AAUBI a dialética para esta área âncora”.

Enviou ainda um recado ao Instituto do Desporto e Juventude que “tem dívidas a estruturas estudantis, como é o caso da AAUBI, a quem deve desde já 5 anos cerca de 120 mil euros por não cumprimento técnico/administrativo de uma fórmula de financiamento as associações de estudantes”, referiu.

O presidente do Conselho Geral da UBI, Hugo Carvalho, também abordou o subfinanciamento da UBI e as dificuldades que tal acarreta para a universidade.

“O que se faz no UBI faz-se com mérito que temos que reconhecer, afirmou, dirigindo-se a Ana Abrunhosa, refere que tal “é o mesmo que dizer que temos que unir esforços para mudar a realidade do que não se pode manter aniversário após aniversário”, vincando que “a UBI não é compensada por razões de interioridade, pelo seu histórico e pelo seu aumento na estrutura, continua a receber como se não tivesse faculdade de medicina e isso tem que mudar”, disse.

Hugo Carvalho, afirma mesmo que “era bom que o financiamento médio de cursos que só gastam papel e caneta em lisboa, fosse comparável com o financiamento dos laboratórios e engenharias da UBI que tanto custam”.

Ana Abrunhosa, ministra da Coesão Territorial disse, durante a sua intervenção a terminar a cerimónia, que está ciente das necessidades de financiamento adequado. “Sabemos como precisam de reforçar o vosso financiamento para que corresponda ao papel fundamental da UBI no desenvolvimento desta região”. “Sabemos que precisam de um reforço e quero que saibam que podem contar com esta ministra na defesa de um financiamento adequado”

Destacou a força dinamizadora da UBI no “desenvolvimento regional equilibrado” e realçou a fixação de jovens empreendedores que se pode promover com a formação académica aqui ministrada e com protocolos promovidos entre a UBI, as empresas e os municípios.

Na cerimônia foi atribuído o título de doutor Honoris Causa a Orlando Quilambo, reitor da universidade Eduardo Mondlane de Moçambique e Orlando Mata reitor da universidade Mandume ya Ndemufayo de Angola. Uma atribuição que “assinala, com forte simbolismo, a cooperação que havia, e a haver entre a UBI e as universidades angolanas de língua portuguesa”, disse Mário Raposo