No final da tarde de segunda-feira, o presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, alertou uma vez mais para a falta de recursos na emergência pré-hospitalar na região Centro, e na Covilhã e Guarda em particular, considerando “inadmissível” que a VMER destas duas unidades hospitalares fiquem “frequentemente paradas”.
Contactado pela RCC, o Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira confirmou que tem havido “constrangimentos pontuais” nas escalas da Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER), salientando que “não está em causa a resposta do serviço de Emergência Médica à população da região, uma vez que quando a VMER fica inoperacional é acionada pelo CODU a VMER com maior proximidade geográfica”. O Centro Hospital relembra ainda que no SNS “todas as instituições trabalham em rede e complementaridade, inclusive com instituições do SIEM (Sistema Integrado de Emergência Médica)”, nomeadamente Corporações de Bombeiros, Cruz Vermelha Portuguesa, etc.
Segundo a mesma instituição, o problema resulta de “dificuldades em assegurar as escalas dos Médicos de apoio à VMER, sendo que as escalas são preenchidas pelos médicos com formação em Emergência Médica”.
Assim, no que diz respeito à previsão de inoperacionalidade da VMER do hospital da Covilhã durante a corrente semana, o CHUCB informa que esta acontecerá nos dias 22 e 23, das 08-14h, no dia 24, das 08-20h, e no dia 25 durante 24h.
O Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira assegura que “estão a ser desenvolvidas todas as diligências para garantir o normal funcionamento do serviço, nomeadamente fomentando a formação de novos profissionais”, e que “pese embora a previsibilidade destas ocorrências”, a coordenação da VMER no CHUCB “continua empenhada, até ao último minuto, em conseguir colmatar as falhas identificadas”, conclui o CHUCB.
Em relação ao Hospital da Guarda, a SIC avançou que, até à passada segunda-feira, apenas em 7 dias deste mês o serviço VMER foi assegurado durante as 24 horas e que, até final de Junho, apenas noutros três dias o serviço será garantido de forma total.
Para a administração da ULS Guarda, este “é um problema do SNS, que se destaca nos hospitais do interior do país e que leva à intermitência de alguns serviços”. Um problema que “se agrava com as baixas e, nesta altura do ano, com as férias dos profissionais de saúde”.
Recordar que já em Dezembro passado as VMER das três unidades hospitalares da Beira Interior (Covilhã, Guarda e C. Branco) estiveram inoperacionais durante vários períodos, igualmente derivado da falta de médicos para assegurar os turnos nessa época do ano.