O Palacete Jardim, edifício emblemático na Covilhã, foi classificado como monumento de interesse público, de acordo com um anúncio publicado em Diário da República a 7 de julho.
Mandado edificar na década de 20 do século XX, pelo industrial belga Joseph Bouhon, proprietário de uma das fábricas de lanifícios da cidade, o palacete foi projeto pelo arquiteto Ernesto Korrodi e é considerado o mais emblemático exemplar arquitetónico de Arte Nova da Covilhã.
“Nele se conjugam harmoniosamente materiais como o granito, as cerâmicas, o mármore e o ferro, representados nas fachadas em molduras, varandas, colunas e revestimentos azulejares de grande qualidade, complementados, nos interiores, por ‘boiseries’, pinturas murais e apainelados de evidente interesse decorativo”.
Com a classificação é também fixada a zona especial de proteção (ZEP), que tem “em consideração as particularidades da sua inserção territorial, urbanística e paisagística, nomeadamente a sua envolvente urbana, caracterizada pela proximidade de diversas vias e equipamentos nobres ou com reconhecido interesse patrimonial, e a sua implantação topográfica”.
“A sua fixação teve em conta o edificado e os eixos de via circundantes, bem como a totalidade do contexto espacial, de forma a preservar a fruição da bacia visual na qual o imóvel se integra”.
Através do despacho aponta-se ainda que, no âmbito da instrução do procedimento de fixação da ZEP, a Direção-Geral do Património Cultural, em articulação com a Direção Regional de Cultura do Centro e a Câmara Municipal da Covilhã, procedeu ao estudo das restrições consideradas adequadas, que obtiveram parecer favorável do Conselho Nacional de Cultura e foram sujeitas a audiência dos interessados.
Em janeiro de 2020, a Câmara da Covilhã já tinha aprovado por unanimidade o parecer favorável para a classificação daquele edifício, que fica no centro da cidade e que é propriedade privada.
Na altura, o autarca destacou que “é fundamental salvaguardar a traça original do edifício”, o que será conseguido com esta classificação, cujas regras obrigam “à sua manutenção, não permitindo construções que o descaracterizem”, especificou o edil.
O presidente da Câmara da Covilhã, lamentou ainda “não haver dinheiro para o adquirir”, pois é “património que gostava de ver no domínio municipal”, especificando que “era ótimo para museu ou até mesmo centro de interpretação da nossa história, cultura ou economia”, concluindo que “é um espaço fantástico”.