O Financiamento do Estado à Universidade da Beira Interior, fruto de uma fórmula de que não é atualizada há mais de uma década e que, por isso, prejudica as instituições mais jovens e que mais cresceram nos últimos anos, está “muito longe da média nacional de financiamento por aluno, afirmou o reitor, durante a cerimónia de doutoramento “honoris causa” de Manuel Cargaleiro.
“Os Orçamentos do Estado, OE, prejudicam claramente a UBI. Quando olhamos à dotação do Estado por aluno, vemos que o Minho e o ISCTE são os que recebem menos, mas a UBI tem as suas circunstâncias próprias, por estar numa zona com custos de contexto elevados e com cursos caros como a medicina e as engenharias”, vincou o reitor.
Segundo os números que apresentou, na UBI, o custo médio por aluno é de 4.200 euros e o financiamento pouco ultrapassa os 3.500, muito longe da realidade, destacou.
O reitor elogiou a sua equipa, frisando que na instituição de “faz muito com pouco”, mas isso não “implica que não reivindique mais dinheiro”. Vinca que “há professores que não progridem na carreira e vêm sabáticas cortadas só para meio ano por falta de verba”.
Uma situação que “preocupa o Governo”, garantiu no final aos jornalistas o Secretário de Estado do Ensino Superior que assistiu à cerimónia na Covilhã.
“A minha preocupação e a preocupação do Ministério é visível, basta ver que já cá esteve a ministra da tutela e eu próprio”, sublinhou
Sublinha que, pelo facto de sucessivos governos não terem revisto a fórmula, “o financiamento é aplicado de uma forma mais ou menos idêntica a todas as instituições e as que cresceram mais na última década são as mais afetadas, sendo esse o caso da UBI”, disse
Pedro Nuno Teixeira recorda que o objetivo do Governo é, no Orçamento do Estado de 2024, ter a fórmula revista, garantindo que o Ministério que tutela o ensino superior vai trabalhar nesse sentido, ouvindo todos os intervenientes no processo.