União entre entidades da saúde da Beira Interior em evidência na abertura do 8º Congresso Médico

Na sessão de abertura do 8º Congresso Médio da Beira Interior, os representantes das ULS Guarda, ULS Castelo Branco e do Centro Hospitalar Universitário da Cova da Beira colocaram em evidência, nas suas intervenções, a união e a cooperação entre as instituições para melhorar os cuidados à população. Uma cooperação também essencial ao nível científico, evidenciou o presidente do Centro Académico Clínico das Beiras.

Júlio Ramos, em representação da ULS Castelo Branco realçou a importância destes congressos, realizados em conjunto, para o progresso da medicina e para a melhoria da prestação de cuidados de saúde na Beira Interior.


A mesma mensagem deixou Fátima Cabral da ULS Guarda, afirmando que “são estas permutas de conhecimentos que nos deixam a todos mais ricos e melhores profissionais”, disse.

A cooperação nas áreas do ensino e em “algumas áreas clínicas” foi também destacada como mote na intervenção de Miguel Castelo Branco, presidente do Centro Académico Clínico das Beiras e da Faculdade de Ciências da Saúde da UBI, frisando que “o mais importante é que se entenda que há coisas comuns que se devem desenvolver em conjunto”, contribuindo, assim, “para a melhoria da qualidade de vida das populações, para a inovação científica e para o desenvolvimento da investigação”, disse

Carlos Costa Almeida, que participou na sessão em representação da Comissão de Internato Médico da Zona Centro teceu críticas ao atual estado do SNS, vincando que que este “está pior do que alguma vez esteve”, deixando alertas para que os jovens médicos presentes no congresso reflitam.

Segundo o responsável, os primeiros 25 anos do SNS foram exemplares, “porque era gerido por médicos”, um serviço que se deteriorou quando “os médicos foram afastados da gestão e houve uma «administrativização» da saúde, que se sobrepôs à gestão clínica”.

O responsável destaca, no entanto, que o internato médico funciona bem. “Portugal continua a formar bem os eus médicos”, destacou.

Uma visão algo catastrófica do SNS, respondeu João Casteleiro, presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar Universitário da Cova da Beira, que “trabalha melhor agora que em 1979”. “Não perdemos nada em relação a 1979, mas é óbvio que precisa de alterações”, disse, realçando que “é preciso defender os interesses de cada um, mas, em primeira instância, defender os interesses dos doentes”.

O reitor da UBI, Mário Raposo, também participou nesta sessão solene de abertura do congresso, dando as boas vindas a todos os participantes.

A 8ª edição do Congresso Médico da Beira Interior decorre até 24 de setembro, na Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior.

Trata-se de um evento cuja organização está a cargo dos Serviços de Internato Médico do Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira (CHUCB), ACES Cova da Beira, ULS Guarda e ULS Castelo Branco, sendo que este ano compete ao CHUCB a dinamização local dos trabalhos.