Pedro Adão e Silva, Ministro da Cultura, presidiu à cerimónia de inauguração formal do Museu da Covilhã, esta manhã, e considerou o espaço “muito interessante” tanto do ponto de vista da acessibilidade, como do reforço de sentimento de pertença que este suscita na comunidade.
A funcionar há um ano e com o título de Museu do Ano, “é um caso interessante porque dá forma concreta ao conhecimento e à experiência das pessoas que habitaram este território, disse, reforçando que “uma comunidade tem sentido de pertença porque tem consciência do passado, e um Museu como este reforça esse sentimento”, frisou o governante durante a sua intervenção.
A forma como o Museu está adaptado a pessoas com necessidades específicas foi também considerada “interessante”, por Pedro Adão e Silva que frisou que desta forma se vai ao encontro de um dos desígnios da política cultural “que é o de combater as desigualdades promovendo a democratização no acesso à cultura”, disse.
Frisou ainda que espaços como este levam as pessoas a querer conhecer os locais, contribuindo desta forma para “a revitalização do território, fazendo parte de uma política de desenvolvimento económico e social, não só cultural”.
A cerimónia de inauguração do Museu da Covilhã foi inserida no encerramento da Semana Criativa, que decorreu nos últimos sete dias na cidade. “Uma coincidência feliz”, disse o Ministro da Cultura, durante o seu discurso no Salão Nobre da autarquia, depois de uma visita a todos os espaços do Museu.
Falando sobre os investimentos na cultura, o Ministro exortou os privados, e as próprias autarquias, a investirem mais neste setor.
“Aquilo que o estado central gasta é sensivelmente o mesmo que o conjunto das autarquias, o que dá bem conta do investimento das autarquias na cultura, mas, este também é um investimento desigual, porque nem todas as câmaras têm a mesma preocupação com a cultura e eu gostava que todas investissem mais”, realçou, vincando que o que encontra na Covilhã “é um feliz exemplo”.
“Nós precisamos de mais recursos da administração central e mais recursos do Orçamento do Estado para a cultura, de maior envolvimento e de mais autarquias mobilizadas para a cultura, mas também precisamos de mais privados a investir”, disse.
Vítor Pereira, presidente da Câmara Municipal da Covilhã, recordou que a Semana Criativa que se encerrou, assinalou o primeiro aniversário da Covilhã enquanto Cidade Criativa da UNESCO na área do Design.
Sobre o Museu, reforça que este pretende ser “uma síntese da nossa história, um museu de território” que pretende “suscitar nos visitantes a vontade de conhecer mais o concelho e a região”.
“Pretende suscitar a adesão de quem o visita para outras incursões a outras paragens culturais do nosso concelho e da região”. “Este museu é também uma forma de devolver à cidade o espólio que é de todos nós”, disse.
Vítor Pereira recordou ainda os prémios que o Museu já recebeu, entre eles o título de Museu do Ano pela Associação Portuguesa de Museologia, um prémio que, frisou, “tem na origem o facto de ser um museu inclusivo, acessível na abordagem, na linguagem e também nos suportes”, concluindo que “é rico em multiplicidade e diversidade de experiências e dirigido aos mais diferentes tipos de público”.
Sobre a Semana Criativa, o autarca frisa que esta foi “o pretexto para sublinhar a importância que damos à cultura”.
Presente na cerimónia esteve também Suzana Menezes, diretora Regional da Cultura do Centro que considerou que a Semana Criativa “visibilizou a Covilhã como um importante palco de cultura e criatividade, oferecendo um qualificado e qualificante catálogo de propostas culturais”, vincando que esta é “um bom exemplo dos princípios conceptuais de política pública que a Direção Regional de Cultura do Centro definiu na estratégia 2030”.
Uma semana onde “a cultura é usada como um meio para ser, mas também para permanecer, como Cidade Criativa”, disse.
“Este é o caminho que tenho a certeza será feito na Covilhã, e a prova é a realização desta Semana Criativa que envolveu investigadores e pensadores, artistas e artesãos, profissionais e amadores do setor da cultura que, ao longo destes sete dias, teceram uma nova forma de ser cidade”, concluiu.
Recordar que o Museu da Covilhã abriu portas em agosto de 2021, no antigo edifício do Banco Nacional Ultramarino, que foi alvo de intervenções para resolver problemas estruturais e de acessibilidade. O Museu acolhe a representação do património cultural de todas as épocas de ocupação do território. A componente museográfica foi desenvolvida pela empresa covilhanense Formas Efémeras.