O tarifário praticado pela ADC, Água da Covilhã, foi aprovado por maioria na reunião de câmara da última sexta-feira, dia 13, mantendo-se os preços praticados em 2022.
A oposição votou contra, uma vez que esta situação “não reflete a redução da fatura que os covilhanenses recebem em casa”, avançaram os vereadores na declaração de voto, questionando as taxas de saneamento que encarecem a fatura e cuja reversão para a esfera pública Vítor Pereira promete desde que iniciou funções em 2013.
“O nosso voto contra é pelo facto de a fatura da água não diminuir para os covilhanenses e reflete a nossa posição desde a campanha eleitoral”, disse Pedro Farromba. “O que covilhanenses querem saber é quando é que o presidente, e o seu executivo, cumpre o que prometeu nas eleições de 2013, 2017 e 2021”, vincando que se “está em 2023 e os covilhanenses continuam a ter uma das faturas mais caras da região e do país”.
Vítor Pereira reforçou que a reversão do saneamento para a esfera publica continua a ser objetivo da Câmara Municipal, explicando que a situação financeira em que encontrou no Município não permitia avançar com o processo.
“Isto é tudo muito bonito, mas para reverter é preciso pagar e para pagar é preciso ter dinheiro e os senhores sabem como estava a Câmara”, sublinhou o autarca, avançando também que só os últimos 3 Orçamentos de Estado permitem que se avance para estes empréstimos, se for necessário, sem que estes contem para o limite do endividamento. O autarca reitera esse objetivo, frisando que agora que se conseguiu o saneamento financeiro, “estando mais desafogados podemos abalançar-nos, como estamos a fazer, para reverter esta situação”
Vítor Pereira explicou ainda que não dá pormenores das negociações, sustentando que estas não devem ser discutidas na praça pública.
Sobre esta matéria José Miguel Oliveira (PS) destaca que a Covilhã, fruto da concessão à Águas da Serra, paga o saneamento mais caro do país, sendo este “o fator decisivo para o custo da fatura”.
“Temos a tarifa mais alta do país. Nós pagamos 1,20 euros por metro cúbico de água à Águas da Serra por tratamento de águas residuais quando municípios ao lado, com outra estratégia, em rede, pagam cerca de 60 cêntimos”, sublinhou
O vereador recorda que a Covilhã também paga uma das tarifas de resíduos mais caras, por tonelada, e que tem subido consecutivamente.
Um aumento constante na fatura que tem sido contornado evitando subidas no preço da água, tendo conseguido em 2016 uma redução do preço em cerca de 10%, explicou ainda José Miguel Oliveira.
O vereador concluiu que nesta matéria “há um antes e um depois do PS na autarquia”
“Um antes do PS, desde os antigos Serviços Municipalizados até 2013, em que aumentou mais de 600% o valor da água, saneamento e resíduos, até que em 2013 entrou o Partido Socialista e houve uma redução do preço da água”, afirmou.