Em 2023 o Teatro das Beiras vai apresentar 3 novas produções e receber 10 peças de teatro de companhias convidadas no âmbito da iniciativa “Quartas de Teatro”, por forma a ter uma programação regular no seu auditório, foi hoje anunciado, em conferência de imprensa.
Fernando Sena, diretor do Teatro das Beiras, sublinha que para além das 3 novas peças, continuarão as apresentações, em digressão, de “Molly Sweeney”, “Quem se chama José Saramago” e o “Pequeno Retábulo” de Garcia Lorca
A programação das “Quartas de Teatro” começa dia 18, com o Teatro Meridional e a peça “Do Deslumbramento” de Ana Lázaro, estando previstas, pelo menos, uma peça por mês, explicou o responsável.
Celina Gonçalves, também da direção do teatro, frisa que a companhia está “com a expectativa em alta” com esta iniciativa, vincando que a peça do Teatro Meridional está quase lotada. Explica que o objetivo é ir ao encontro do público com “uma proposta de teatro todos os meses”.
A programação foi feita por forma a não chocar com a do Teatro Municipal da Covilhã, avança ainda Fernando Sena, lamentando não haver uma agenda cultural abrangente, por forma a ajudar nestas ações, evitando “colidir com outros programadores”.
Quanto a novas produções o Teatro das Beiras vai estrear a peça para a infância “Ai, que susto”, de José Carretas. Um trabalho que já começou, junto das escolas do concelho, com conversas entre as crianças e o encenador que depois resultarão do texto final e da peça que deve estrear a 1 de março.
Em junho a companhia leva a cena “um Hamlet Tragicómico”, a partir de um original de Shakespeare, com textos e encenação de Paulo Calatré, que vai trabalhar pela primeira vez com o Teatro das Beiras.
Trata-se de um espetáculo de rua, que estreará ao ar livre no Teatro das Beiras, seguindo depois em digressão pelas freguesias do concelho, “uma atividade que fazemos questão de manter ao longo dos anos”, frisa Fernando Sena.
Para outubro está programada a estreia de “Por todas as Medeias”, uma peça com textos e encenação de Luísa Pinto, e que resulta de um cruzamento da investigação da encenadora sobre violência doméstica e do original de Eurípides.
Fernando Sena frisa que a programação para 2023 é “abrangente em relação a públicos e aos temas que trata”.
Para além destas iniciativas, entre 16 e 25 de novembro está programada mais uma edição do Festival de Teatro da Covilhã, que contará com 8 companhias, com apresentações no auditório do Teatro das Beiras e no Teatro Municipal da Covilhã.
A companhia covilhanense vai também continuar a participar no Circuito Ibérico de Artes Cénicas, onde estão sete companhias portuguesas e cinco espanholas, para apresentar espetáculos nos dois países, “tal como acontece desde 2014, quando o circuito foi formado”, frisou Fernando Sena no encontro com os jornalistas.