PNSE: Turismo não esgotou linhas de apoio. Há candidaturas abertas e apoios a fundo perdido

Com o objetivo de repor a normalidade e incentivar o turismo na Serra da Estrela, em especial nos concelhos atingidos pelos incêndios de agosto, o Turismo de Portugal criou, no final do verão, instrumentos financeiros e campanhas de promoção para apoiar o setor, que não têm ainda a sua capacidade financeira esgotada, estando ainda a receber candidaturas, deu conta Carlos Abade, vogal do Turismo de Portugal, durante a apresentação do novo programa Consolidar +Turismo.

Frisando que nesta matéria é, também, importante prestar contas do que foi feito, o responsável passou em revista as linhas abertas para apoiar o turismo na região e que “continuam em vigor”, salientou.


Especificou que foram abertas linhas para o curto prazo, para fazer face à redução da procura, e, também, para médio e longo prazo, para potenciar os produtos endógenos e ao mesmo tempo ajudar na “transformação do território a produzir o que é o seu potencial”.

Foram abertas três linhas de apoio, uma dirigida à tesouraria (tesouraria incêndios 2022), outra à qualificação de oferta, em que foi feita diferenciação positiva para estes territórios, e a Transformar Turismo que também teve uma linha para esta região.

A linha destinada à tesouraria, que tem como objetivo repor a tesouraria das empresas devido a necessidades de acréscimo de fundo de maneio, com fundos do Turismo de Portugal. Um apoio de até 50% do volume de negócios, com um limite de 150 mil euros. A dotação da linha era de 3 milhões de euros.

Aqui foram apresentadas, em novembro e dezembro, 17 candidaturas com 1,4 milhões de euros de financiamento associado. Foram aprovadas 11 com 1,1 milhões e estão 3 em análise, que envolvem mais cerca de 100 mil euros, o que significa que esta linha “está a funcionar e ainda disponível para apoiar a tesouraria das empresas”, disse o responsável.

Para além de dotar as empresas com as necessidades de fundo de maneio, foi também necessário dota-las com capacidade de investir e foi aproveitada a linha de qualificação de oferta, que funciona em parceria entre o Turismo de Portugal e a banca, sendo que nos territórios de baixa densidade a parte do Turismo de Portugal é a zero% e corresponde a 75% do financiamento global.

Prestando contas nesta matéria, Carlos Abade recorda que nos concelhos abrangidos pelos incêndios foram melhoradas as condições de financiamento, “80% é do Turismo de Portugal, sem juros associados e até 30% podem ser perdoados a título de prémio de desempenho”, explicou, frisando que foram recebidas 2 candidaturas, uma está aprovada no valor de 1,5 milhões e outra em análise de 1,3 milhões, concluindo que “há ainda oportunidade de as empresas apresentarem candidaturas”.

Ao nível da intervenção na valorização do território, aumentando a oferta turística no terreno com o desenvolvimento de produtos turísticos, decorre até final do mês o concurso destinado a entidades públicas e associativas, com o objetivo de desenvolver ações neste âmbito, com uma dotação de 2 milhões de euros, com comparticipação de 90% das despesas elegíveis a fundo perdido, até ao máximo de 400 mil euros, por projeto e por entidade.

“Uma oportunidade” para as autarquias e as entidades deste território sublinhou Carlos Abade.

Recordar também que o Governo apresentou na Covilhã, no dia 5, a Linha Consolidar +Turismo terá os avisos de candidatura publicados a 1 de fevereiro e tem uma dotação financeira de 30 milhões de euros, que visa apoiar as empresas do setor, que tiveram apoio da banca durante o período de pandemia de Covid-19 e que agora, ao terem que pagar os seus empréstimos em 2023, vão poder financiar-se através deste apoio.