A 27ª edição do Ciclo de Teatro Universitário da Beira Interior, uma coorganização entre o TeatrUBI e a ASTA, decorre na Covilhã entre os dias 16 e 25 de março, apresentando-se em palco 10 companhias, três delas profissionais, uma de Évora, outra de Cáceres e uma da Colômbia, sendo as restantes universitárias, avançou hoje, em conferência de imprensa, a organização.
Rui Pires, do TeatrUBI, explica que à semelhança dos últimos anos o festival realiza-se no Auditório das Sessões Solenes da UBI, apontando o dedo à Câmara Municipal da Covilhã por não ceder o Teatro Municipal, “algo incompreensível”, diz.
“Não faz sentido, na minha ótica. Não percebo como é que o festival se realizou lá sempre, mesmo quando o teatro estava fechado e abria uma única vez por ano para se fazer o festival, agora não pode ser lá feito”, frisou, sustentando que “tal só faria sentido se houvesse muita programação, e a nossa colidisse, mas há 4 ou 5 espetáculos por mês”, frisou.
Realça que é a parceria que existe com a ASTA que permite ter orçamento para realizar o festival até 2026, graças ao financiamento da Direção Geral das Artes, pese embora a dificuldade que de ano para ano existe com o local para a sua realização.
Rui Pires destaca que se deve dar valor ao facto de “ter sido aqui, numa cidade perdida no interior, que tudo começou há 27 anos”, e as várias entidades públicas têm que olhar para ele com outros olhos.
“Acho que tem que se dar algum valor a esta tradição e este número que devia ser olhado com outros olhos, mas não é. As entidades deviam ser as primeiras interessadas a que tivesse outra visibilidade, mas não acontece. Falta-nos um parceiro local que nos permita alavancar o festival e que o torne visível”, vincou.
O festival tem um orçamento de 16 mil euros, detalhou Sérgio Novo da ASTA que, para além das companhias universitárias, salienta “a formação que acontece com a troca de experiências” que aqui é reforçada graças à participação de companhias profissionais.
Sérgio Novo realça ainda “a pluralidade artística” que está presente no cartaz, “uma vez que podem ser vistos espetáculos de várias estéticas”.
“Podemos dizer que na cidade da Covilhã, mais uma vez, acontece cultura. Há a possibilidade de se oferecer à comunidade espetáculos diferentes, de várias estéticas, umas mais contemporâneas, outras mais clássicas o que é importante para a componente formativa que o TeatrUBI e a ASTA têm para com o seu público”, disse.
O festival inicia-se com a nova coprodução do TeatrUBI e ASTA, “Cuspir o Coração”, que estará em cena nos dois primeiros dias do festival.
Na programação destaque para a Aula de Teatro Universitária de Ourense, Maricastana, (Espanha) que há 26 anos participa no festival. Apresenta “As Cidades Agochadas”, dia 19 de março às 21:30. Entre as companhias universitárias salientar a estreia no festival da Escola Superior de Arte Dramática de Extremadura, Espanha, que se apresenta dia 21 com o espetáculo Cluedo Medieval.
Pode consultar a programação completa AQUI