Desde 31 de outubro, após renúncia ao mandato da presidente, do vice-presidente e do secretário da direção e do presidente do conselho fiscal, que a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Manteigas é gerida por órgãos sociais demissionários.
“A associação funciona, mas é preocupante”, revela o presidente da Câmara Municipal de Manteigas, Flávio Massano, quando questionado sobre esta matéria.
“A Associação continua sem uma direção em plenos poderes, com uma direção demissionária, sei que há alguns esforços da população para se fazer uma lista, mas nada em concreto”, descreve o autarca, vincando que “é um tema que preocupa uma vez que se está a entrar no verão e, para além disso, uma associação com esta importância tem que ter um corpo diretivo 100% dedicado e não demissionário com todas as limitações que isso traz para a gestão diária”, frisa.
Flávio Massano realça, no entanto, que o socorro à população não está em causa, até porque a corporação tem duas Equipas de Intervenção Permanente, e vários voluntários que o asseguram, “mas não é uma situação ideal uma corporação destas não ter direção”, disse.
Recordar que já se realizaram três assembleias gerais sem que tenham surgido listas candidatas aos órgãos, ou se tenha encontrado elementos para constituir uma comissão administrativa.
Também Irene Leitão, presidente da mesa da assembleia geral, face à ausência de soluções e ao reduzido número de associados que participam nas assembleias gerais, disse, na reunião de 25 de fevereiro, que iria renunciar ao cargo.
A dirigente sublinha que “depois de ter convocado por duas vezes assembleia, sem que surgissem listas, e uma outra para alteração de estatutos e não havendo quórum para os alterar, não resta outra opção”.
“Não se pode fazer assembleias, que não são participadas, porque as pessoas não aparecem, e ninguém se oferece para integrar uma comissão administrativa ou os corpos gerentes”, lamentou.
Recordar que a 28 de janeiro, em assembleia geral, marcada para eleições sem que tenham surgido listas, Irene Leitão propôs uma solução que envolvia a Câmara Municipal de Manteigas.
Segundo a proposta, enquadrada na lei de bases da proteção civil, a gestão deveria envolver a autarquia, depois desta se tornar sócia benemérita, com efeitos diferidos, ficando em funções os órgãos demissionários até que fossem efetuadas as diligências necessárias para enquadrar a proposta de forma legal. A solução foi posta à votação e chumbada pelos associados presentes.
Desde essa altura realizou-se nova assembleia, mas o impasse mantém-se.