O Governo até pode propor descontos, mas a luta é pela abolição das portagens. Esta é a posição da Plataforma P’la Reposição das SCUTs na A23 e A25 que promete não desmobilizar enquanto o problema persistir, garantiu Luís Garra, à partida para o buzinão de protesto que decorreu esta tarde na Covilhã.
“Nós queremos a eliminação das portagens, como é obvio. Somos coerentes, dissemos em 2016, quando o Governo PS tomou posse, que estávamos disponíveis para uma solução que fosse quantificada e calendarizada no tempo, de forma que na legislatura fossem eliminadas as portagens, já passaram duas legislaturas”, detalha, acrescentando que “se o Governo vier com redução, nós aceitamos e vamos lutar pelo resto. Enquanto o problema persistir, nós não vamos desistir”, vincou.
O buzinão começou tímido, mas a coluna de protesto, e de buzinas, foi aquecendo ao longo do percurso que ligou a parte mais alta da Covilhã à zona baixa da cidade, passando pelas principais artérias da cidade.
Este foi, também, um alerta à população para o protesto a realizar em Lisboa no dia 20 de maio, destacou Luís Garra, que integra a Plataforma em representação da União dos Sindicatos de Castelo Branco.
Para além disso, esta ação serviu também para “relembrar que o problema existe”, mostrando que a luta “vai continuar animada”, afirmando que prova disso é a adesão ao protesto de dia 20, a Embaixada da Beira Interior a Lisboa, que está a superar as expectativas, apontando para cerca de 250 participantes.
Luís Garra mostrou ainda o descontentamento com a postura do Governo face às espectativas goradas com o grupo de trabalho interministerial, que foi criado para debater a mobilidade no interior, e para o qual a Plataforma deu contributo, mas que, apesar de se disponibilizar a receber informação sobre os trabalhos, e de pedir essa informação, não obteve qualquer resposta, nem do Ministro das Infraestruturas, nem da Ministra da Coesão Territorial. “O que reforça a necessidade de ir a Lisboa”, sublinhou.
Luís Veiga, do Movimento de Empresários pela Subsistência do Interior, acrescenta ainda que, por exemplo, no setor do turismo que bem conhece, “por mais medidas avulso” que o Governo apresente para o interior, “não é por essa via que conseguimos chegar a lado nenhum”.
Entre outras medidas defende que “é preciso acabar com as portagens na A23, A24, e A25 para que os turistas da grande Lisboa e do grande Porto aqui cheguem, e para não penalizar mais as empresas que são penalizadas todos os dias com os transportes”.
Referir que para a “Embaixada do Interior a Lisboa”, a 20 de maio, as autarquias da Covilhã, Fundão, Belmonte, Pinhel, a UF Covilhã e Canhoso e a JF Tortosendo disponibilizaram autocarros para o transporte de pessoas e a UF Cantar-Galo e Vila do Carvalho apoio logístico.