“Passito a passito…” assim é a conquista da igualdade de género

Muitos passos já foram dados ao longo dos anos, mas a meta ainda está distante quando se fala em igualdade de género. Na Covilhã hoje é dado mais um passo para densificar o plano municipal para a igualdade, com a partilha de experiências que decorre no seminário “Igualdade de género na agenda local” a ter lugar, ao longo da tarde, no salão nobre dos paços do concelho.

Na sessão de abertura do evento, Graça Rojão, presidente da cooperativa social Coolabora, destacou que apesar da Covilhã ter um plano de igualdade de género já “relativamente consolidado”, conhecer outras experiências e outras ideias, “é um contributo para um concelho mais igualitário”, sublinhou.


A responsável frisa que estas iniciativas servem também para reconhecer a desigualdade “que é um dos primeiros e mais difíceis passos”.

“Podemos ver as estatísticas relativamente ao emprego, remunerações de homens e mulheres, como é que é distribuído o esforço de trabalho, trabalho não remunerado, ver as estatísticas da violência doméstica e da violência contra as mulheres e elas mostram o quanto ainda há para fazer no combate às desigualdades”.

Graça Rojão reconhece que muito já foi feito, mas para se conseguir justiça social e para se questionar o referencial masculino, para se pensar numa sociedade estruturada de uma forma diferente, que coloque o cuidado das pessoas, há ainda um longo caminho a percorrer.

Frisa que os planos municipais para a igualdade são importantes porque “significam territorializar políticas”, reconhecendo-se que o país não é homogéneo. “Há contextos e especificidades diferentes, há anseios, necessidades e sinergias que podem ser mobilizadas para a mudança”.

Na mesma sessão, Amélia Augusto, vice-reitora da UBI, reconheceu que integrar o género na agenda local deve ser entendido como boa governação.

Nesse sentido, assegura que a UBI está no bom caminho, vincando que foi mesmo uma academia pioneira nesta matéria.

“Há muito que a UBI está ciente da sua responsabilidade social na promoção da igualdade de género”, disse, frisando que para além das iniciativas internas, tem estabelecido múltiplas parcerias para atingir esse fim.

“A UBI tem desde 2011 um plano de igualdade de género e foi a primeira instituição de ensino superior portuguesa a ter um plano de igualdade, em 2013 foi criada uma comissão de igualdade e desde 2019 tem uma comissão para a igualdade no organigrama da UBI, o que também é inédito”, disse, vincando que “independentemente do reitor esta comissão permanecerá no organigrama e fará parte das responsabilidades da universidade”.   

A vice-reitora dá ainda o exemplo da atual equipa reitoral, a mais paritária de sempre, tem três vice-reitoras e três vice-reitores e o plano do reitor que inclui um compromisso explicito para a promoção da igualdade e quer que tal seja distintivo da UBI, sublinhou.

Regina Gouveia, vereadora com o pelouro da ação social na Câmara Municipal da Covilhã salienta que para além da recolha de testemunhos para fazer o disgnóstico nesta matéria, para integrar o plano de igualdade, a autarquia trabalha também esta problemática em contexto escolar considerando que é neste público que se devem começar a realizar mudanças que posteriormente chegarão à comunidade.

Neste seminário participam as Comunidades Intermunicipais das Beiras e Serra da Estrela, Tâmega e Sousa e CIM Cávado. Os municípios da Covilhã, Abrantes, Oliveira do Hospital e Cascais. A rede Violência Zero, e o vice-presidente da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género.