A Escola de S. Domingos, do Agrupamento de Escolas a Lã e Neve, da Covilhã, recebeu, ontem à tarde, o Prémio de Literacia Financeira “Todos Contam”, na categoria continuidade. Um concurso criado no âmbito do Plano Nacional de Formação Financeira, que vai já na 11ª edição.
Ricardo Silva, diretor do agrupamento realça, em declarações à Rádio Clube da Covilhã, a motivação que este prémio tem para a continuidade do projeto na escola, uma vez que este estímulo chega aos alunos de próximos anos para que continuem a realizar trabalhos sobre esta matéria.
“É muito importante para nós, em especial para os alunos que pela segunda vez consecutiva recebem este prémio, sobretudo pelo trabalho que têm desenvolvido em articulação com várias disciplinas e também com a biblioteca escolar. É também o reconhecimento do trabalho feito ao longo dos anos pelos professores e alunos. É um motivo de orgulho”, disse.
Realça ainda que “não é fruto de um trabalho isolado, mas fruto de um conjunto de atividades que vão sendo desenvolvidos ao longo do ano, em várias disciplinas. Para os alunos é um incentivo para continuar a trabalhar e é também um incentivo para os que entram, no próximo ano no sétimo ano, continuarem a desenvolver estes trabalhos de literacia financeira”, detalhou.
Vincou que se trata de um projeto importante para a escola em que já participa desde o ano letivo 16/17. Realça que o agrupamento “se pauta para que os alunos tenham melhores e mais competências, tanto na área financeira, como em outras literacias”.
Créditos, débitos, orçamentos, planificações, por exemplo, são conceitos que para estes miúdos não são estranhos.
Um aspeto que José Armando Serra dos Reis, vice-presidente da Câmara Municipal da Covilhã, realçou na sua intervenção durante a entrega do prémio.
O autarca, que também foi professor, reconheceu “o trabalho de excelência” desempenhado pelo agrupamento nesta matéria. Detalha que aprender, nesta idade, a gerir o próprio dinheiro é um passo importante para no futuro saber gerir os seus recursos.
O Plano Nacional de Formação Financeira permite que, muito precocemente, se passe a trabalhar “a gestão de todos os recursos, e principalmente os financeiros que são sempre muito limitados, mas que se os soubermos usar melhor, teremos a nossa vida facilitada, porque gerir o nosso dinheiro, é uma questão que nos toca a todos. Vocês já sabem que têm que gerir a vossa semanada, tirar dela o melhor proveito, e saber como aplicar esses fundos”, destacou, frisando que é um passo muito importante para o futuro.
Rosália Silva, representante da Direção-geral da Educação, realçou a continuidade que este projeto tem tido no tempo, começou em 2012 e não mais parou, o que demonstra “o interesse e o trabalho” que tem sido desenvolvido ao longo dos anos, defendendo que os currículos “têm que ser dinâmicos e integrar matérias e conteúdos que sejam importantes e relevantes para os alunos. A financeira é uma área nova”, realçou, “mas já se está a perceber que é uma área importante”.
“Os alunos, em Portugal, e bem, em 2018 já responderam ao módulo da literacia financeira. Isto é demonstrativo de que é uma área muito relevante que vos prepara para a vida e, estando preparados para essa tarefa, serão muito mais felizes. Lidando de forma adequada com o dinheiro, será mais fácil para cada um de vós, e de nós, contribuir para a estabilização do sistema financeiro que, ouvimos os especialistas dizerem, é fundamental para o desenvolvimento do país”, sublinhou
Margarida Corrêa de Aguiar, que representou na cerimónia de entrega de prémio a Autoridade de Supervisão de Seguros e Pensões e o Conselho Nacional de Supervisão Financeira, alertou para as “boas sementes” que estão a ser plantadas nestes jovens, que “no futuro darão bons frutos”.
Relembrou a importância do Agrupamento de Escolas a Lã e a Neve “ser repetente neste prémio, porque significa que há continuidade neste trabalho”.
Um reconhecimento que levou a autoridade a criar “o prémio continuidade” que aqui veio entregar.
A escola, recorde-se venceu na 10ª edição, teve menção honrosa na 8ª edição e agora venceram o prémio continuidade, afirmando que “têm que estar orgulhosos do trabalho persistente que têm vindo a desenvolver”, concluindo que «não há boa semente que não dê bons frutos» e é o que temos aqui. O investimento que tem sido perseguido pelo Agrupamento na literacia financeira é um exemplo para o ecossistema nacional. É o caminho que deve ser feito. Devemos ensinar às nossas crianças, conteúdos importantes, que sejam uteis para a sua formação e que ajudem a capacitar para o futuro”, sublinhou.
“São novas competências, e um dia vão comprovar que esta formação foi importante”, disse, olhando para os muitos alunos presentes na sessão.
Destacou que o caminho desenvolvido pelo agrupamento “é representativa do que é uma escola inclusiva, moderna e responsável”.
Referir que, à semelhança do ano passado, a escola recebeu um cheque de mil euros, que utilizará em material que lhe permita continuar a realizar trabalhos nesta área.