O Serviço Nacional de Saúde, enquanto estrutura, e o setor social, enquanto área de intervenção, são os mais carenciados no que diz respeito ao número de psicólogos no país e também na região.
Os dados foram avançados à Rádio Clube da Covilhã por Linda Vaz, presidente da Delegação Regional do Centro (DRC) da Ordem dos Psicólogos Portugueses, que esteve na Covilhã esta quinta-feira, em visita ao Centro Hospitalar Universitário da Cova da Beira, Câmara Municipal da Covilhã e UBI.
O périplo aconteceu no âmbito da iniciativa “Trilhos da Psicologia”, que incluía na comitiva, entre outros, a vice-presidente da Ordem dos Psicólogos, Sofia Ramalho.
Linda Vaz não tem dúvidas que há falta destes profissionais de uma forma geral, mas especifica que “em termos de estrutura o SNS é o que apresenta o maior défice”.
Explica que o Ministério da Educação “tem feito um esforço nos últimos anos, quer através de projetos, quer de outros financiamentos, para apetrechar as escolas com serviços de psicologia”, especificando que “a área social é a que precisa de mais intervenção e a que tem mais falta de profissionais”.
“A área social é uma área muito especial, precisa de intervenção e aí ainda há muita falta. Falo em tudo o que é intervenção de cariz mais social e comunitário, nas questões mais ligadas, por exemplo, ao rendimento social de inserção, combate à pobreza, segurança social, esta é a área que carece mais, em paralelo com o SNS, para onde são encaminhados muitos casos, e a resposta nunca vem no tempo certo pela falta de recursos”, descreveu.
Linda Vaz explica ainda que é importante que a sociedade entenda que o “psicólogo é um especialista da saúde mental, mas que pode ter uma área especifica. Um psicólogo escolar não pode fazer psicologia clínica, por exemplo, e mesmo nos psicólogos do CHUCB têm várias competências específicas”, e por isso, “um psicólogo num local nunca fará tudo o que lhe é pedido, mas fará tudo o que está ao seu alcance”, assegurou.
“Sentimos que há uma grande necessidade de reforçar os serviços de psicologia”, concluiu.
Outra das conclusões a retirar desta visita, disse ainda Linda Vaz, é que “há realidades diferentes entre instituições”.
“Enquanto umas têm mais psicólogos outras têm mais falta, e sentimos também que, dada a diversidade geográfica que existe no interior, os psicólogos têm que fazer um esforço muito grande para trabalhar em rede, em parceria, e para quebrarem o isolamento”, detalhou.