Academia Portuguesa de Fibromialgia aposta no esclarecimento público sobre a doença

Na cerimónia de tomada de posse dos órgãos sociais da recém-formada Academia Portuguesa de Fibromialgia, Síndrome de Sensibilidade Central e Dor Crónica o presidente e fundador, José Luis Arranz Gil, sublinhou que esta nova entidade irá atuar na defesa de um novo paradigma, com uma forte aposta no esclarecimento público de que esta doença tem caráter neurológico, avança a instituição em nota de imprensa.

Segundo o professor, citado no documento, “a Academia nasceu com a vocação de ser uma sociedade científica com carácter pedagógico-documental, onde se reunirão académicos que, com dedicação, rigor científico e correção metodológica, aprofundam o estudo do conhecimento da fibromialgia, síndrome da sensibilidade central e dor crónica, com o objetivo de tratar, ajudar, compreender e cuidar das pessoas que sofrem com esta enfermidade”.


Na sua intervenção na tomada de posse realçou ainda que “existe a necessidade de mudar o atual paradigma da Organização Mundial da Saúde em vigor desde 1992, que defende a pertença da fibromialgia à epígrafe das doenças do sistema musculoesquelético e do tecido conjuntivo, e a classificação da Associação Internacional para o Estudo da Dor e substituí-lo pelo Paradigma Neurológico. Nos últimos tempos, a maioria dos cientistas e pesquisadores que lidam com o assunto postulam como a origem mais plausível da fibromialgia uma alteração funcional do processamento de sinais, doloroso e não doloroso, no Sistema Nervoso Central, o que implica numa amplificação de sinais sensoriais, a Síndrome de Sensibilidade Central”, comentou este especialista.

Durante a cerimónia, o presidente-fundador da Academia reiterou que tem o desejo de ver o Centro de Portugal mais empenhado em contribuir para o combate à doença, o que motivou a que sugerisse à autarquia covilhanense que se juntasse ao lema: “Covilhã, cidade com a fibromialgia”.

No âmbito da sua intervenção, o vice-presidente da Câmara Municipal da Covilhã, José Armando Serra dos Reis, respondeu positivamente ao repto e reforçou a atenção do município ao tema. Este responsável agradeceu o trabalho feito na cidade pelo profissional de medicina e pela Mutualista Covilhanense e referiu que “podem contar que a cidade da Covilhã será a cidade com a fibromialgia”.

Miguel Castelo-Branco, Presidente da Faculdade de Ciências da Saúde da UBI, avançou que a Faculdade que lidera mantém-se disponível para contribuir com esta iniciativa.

Já Nelson Silva, presidente da direção da Mutualista Covilhanense, anunciou que estão previstos novos investimentos para o crescimento da instituição e que o combate à fibromialgia tem espaço nos serviços prestados pela entidade.

José Luis Arranz Gil é médico de origem espanhola, é, também, diretor fundador da Unidade de Fibromialgia, Síndrome de Sensibilidade Central e Dor Crónica na Mutualista Covilhanense e é professor da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior (UBI), também na Covilhã.

Somente na Covilhã, no âmbito da Unidade de Fibromialgia, Síndrome de Sensibilidade Central e Dor Crónica na Mutualista Covilhanense, realizou 1500 consultas ao longo deste primeiro ano e meio da sua atividade na entidade, com mais de 80% de casos de “êxito total”, no tratamento da doença.

Dizer que a Assembleia Geral da Academia Portuguesa de Fibromialgia, Síndrome de Sensibilidade Central e Dor Crónica, é presidida por Nelson Silva e integra Paula Pio como vice-presidente e Luís Nave como secretário.

Ao Conselho Fiscal preside Vasco Lino, e integra Júlio Santin Fernandez como vice-presidente e Alexandre Tourrinha como vogal.

A direção integra ainda, como vice-presidentes, Otília Tourrinha, Maria Helena Antunes, Carlos Figueiredo da Silva e João Morgado, sendo presidida por José Luis Arranz Gil.