Após vários manifestantes terem invadido a Câmara Municipal da Covilhã em ato de protesto face ao novo sistema de mobilidade, o presidente da autarquia, Vítor Pereira, garantiu que a Câmara está “do mesmo lado dos covilhanenses” neste protesto e que está a pressionar a empresa para que a normalidade seja reposta.
“Para além de querermos que se mantenha a atual cobertura de transportes, e de querermos atingir zonas que não eram servidas, queremos mais horários, e mais horários significa mais carreiras”, disse o autarca, frisando que “estes são os três objetivos do contrato. O que aconteceu é que a empresa não cumpriu, nós reprovámos, estamos em cima do acontecimento e isto vai ter consequências e eles têm que honrar o que assinaram”, disse.
A uma voz do público que disse, “mas isso é já”, o presidente respondeu, “é já e agora”.
Avança que, à semelhança do que aconteceu noutras zonas do país, a empresa, no início do contrato também não cumpriu, garantindo que a autarquia vai continuar a pressão.
O autarca interrompeu a reunião privada do executivo para falar aos manifestantes que inicialmente estavam na praça do município e que invadiram o Salão Nobre dos Paços do Concelho.
Vítor Pereira assume que o novo sistema de mobilidade “não está a correr pelo melhor”, faltando também muita comunicação da parte da empresa face às alterações a introduzir.
“As novidades aqui na Covilhã foram mal introduzidas, os senhores deviam ter sido avisados com mais antecedência e isso não foi feito, a empresa já o assumiu publicamente”, disse.
Sobre os preços o autarca explica que em 2019 houve um congelamento, devido à pandemia, e os agora praticados resultam dessa atualização.
Já sobre os 5 euros cobrados para a troca de passe, Vítor Pereira afirma que “já colocou essa questão aos responsáveis da empresa”. “Vamos convence-los, se não forem convencidos a bem, será a mal”, sublinhou.
Avança que quem é detentor do cartão social municipal terá essa verba suportada pela autarquia, os restantes, terá que ser a empresa a restituir essa verba, nem que seja em bilhetes, disse.
Luís Garra, da Inter-reformados, que estava junto com Sérgio Santos, coordenador da União dos Sindicatos de Castelo Branco na organização desta concentração, usou da palavra no Salão Nobre para alertar que os problemas são mais complexos que aqueles que o autarca ali espelhou.
“O Sr. presidente já leu, já percebeu que os problemas são maiores do que aqueles que pensa, se cada um dos que aqui está falasse, tinha um problema a presentar”, disse.
Em nome da Inter-reformados e da USCB Luís Garra propôs que nos próximos 2 meses sejam repostos os horários e paragens que estavam em vigor até 30 de junho, e que a comissão criada para estudar os transportes, em julho e agosto, estude o dossier e proponha alterações, se for caso disso.
“Nestes 2 meses reponha os horários e as paragens que estavam em vigor e durante julho e agosto com o tal protocolo com a UBI, crie uma comissão de acompanhamento com as juntas de freguesias, associações sindicais e patronais e depois se veja horário a horário, trajeto a trajeto quais são as alterações que é possível fazer e só no fim entram em vigor”, propôs.
Referir que Vítor Pereira revelou que já conversou com a UBI e que em breve será protocolado um estudo sobre esta matéria, com o objetivo de “tirar a radiografia ao sistema de mobilidade e propor as alterações que tenham que ser feitas”, avançando que o especialista da UBI nesta matéria que irá dirigir o estudo é o professor Jorge Reis Silva.