Não é possível apontar uma data precisa para a resolução de problemas desta dimensão, disse Vítor Pereira, presidente da Câmara Municipal da Covilhã, quando questionado sobre que tempo dava à empresa concessionária dos transportes públicos da Covilhã para resolver a situação.
Ainda assim, o autarca afirma que o objetivo é que, findo o período de férias, em que tradicionalmente há menos utentes nos autocarros e também não há estudantes, esteja tudo “afinadinho e em condições”, apontando como data limite setembro, mas sem se comprometer.
“Há que harmonizar tudo, compaginar tudo, de maneira a que, em setembro, no início das aulas tudo esteja afinadinho e em condições é o que se pretende, agora estar a dizer que «se a empresa até ao dia X não tiver isto feito…», eu não posso estar a fazer esta exigência porque é difícil”, esclareceu o autarca.
Avança ainda que aguarda com expectativa a reunião com Jorge Reis Silva, professor da UBI que irá monitorizar o sistema de mobilidade, e realizar o estudo do que está no terreno.
Vítor Pereira, respondia às questões dos jornalistas depois de falar com a população no Salão Nobre.
Assume que “estes problemas não se resolvem com um estalido de dedos”, concorda “com as manifestações, que estão nas boas tradições da Covilhã operária”, mas responder com data seria “responder só por responder”, vincou.
No encontro com os jornalistas o autarca aponta o dedo à Transdev, que não comunicou em devido tempo e de forma eficaz as alterações no sistema de transportes públicos à população, que, não entendendo, está a resistir à mudança.
“É um sistema que implica uma rotatividade maior dos autocarros, com mais capilaridade, que implica, para que as pessoas cumpram os seus horários e cheguem a tempo e horas onde pretendem, fazer um transbordo”, explicou.
São situações que têm que ser explicadas à população, embora entenda que “é mais confortável apanhar só um autocarro”, mas por outro lado há ganhos de tempo com este sistema, para além de ter autocarros de meia, meia em meia hora.
Sublinha que “não cabe à Câmara Municipal fazer rotas e horários”, vincando que o contrato é claro nesta matéria: “tem que manter a atual cobertura”, referindo-se à cobertura existente a 30 de junho.
“O contrato e o caderno de encargos falam em manter a atual cobertura. o que na prática significa que não têm que ser as mesmíssimas carreiras, tem é que garantir que as pessoas chegam a tempo e horas, de forma cómoda e segura, aos locais de trabalho, lazer, etc”, disse.
Sobre as críticas da oposição de não “dar atenção devida a um abaixo-assinado com mais de 1200 assinaturas”, que terá deixado na sala de reuniões, o presidente da Câmara recorda que “se ausentou da reunião para falar à população no salão nobre, classificando esta acusação de “baixa política”
“Eu estava a presidir à reunião quando fui alertado que as pessoas exigiam a minha presença no salão nobre. Como era meu dever ausentei-me e fui falar com as pessoas, não estaria preocupado com o abaixo-assinado que já me tinha sido entregue e que eu deixei aqui, aliás, onde deixei outros elementos. Isso é baixa política, é reles política, é ordinarice política que eu lamento profundamente. Quando a oposição, numa situação desta natureza, o grande argumento que tem é esse, Deus lhe dê saúde para se manterem como oposição durante muitos anos”, disse o autarca.
De resto todo o sistema de mobilidade em vigor será alvo de um estudo, feito por especialistas da UBI, com quem em breve será formalizado um protocolo, voltou a realçar o autarca.