“Não abandone, nós podemos ajudar”. NOA ajuda pessoas para ajudar animais

O Dia Internacional do Animal Abandonado é celebrado a 19 de agosto desde 1992 e, passados todos estes anos, é preciso continuar a trabalhar mentalidades para evitar o abandono de animais de companhia, e não só.

A data surgiu com o objetivo de impactar positivamente a vida dos animais que todos os anos são deixados para trás em condições de extrema miserabilidade.


Na Covilhã e no Fundão, a associação “NOA, nós os Animais”, tem essa preocupação nos 365 dias do ano.

Existe enquanto associação há pouco mais de um ano, mas os seus fundadores já trabalhavam em prol da causa animal, de forma informal e sem contacto entre si, há muito tempo.

Cruzaram-se e constituíram-se enquanto associação, dado o grande número de casos de abandono que tinham em mãos e o grande número de pedidos de ajuda, que obrigou a levar a “ação por um caminho legal” e “com tudo direitinho”, explicou à Rádio Clube da Covilhã, Sara Fonseca da direção da NOA.

Uma preocupação com os animais, mas sem esquecer as pessoas, ressalva.

Ajudar os animais é muitas vezes ajudar os seus donos, pois as pessoas não “dão mais aos seus animais, porque não podem e não têm meios”, assinala.

“Já tivemos situações em que os animais estavam em risco porque os donos não podiam fazer mais porque eles próprios estavam em risco. Já fizemos cabazes para famílias, já fizemos gradeamentos em casa, já comprámos garrafas de gás para aquecimento no inverno. Nunca nos esquecemos da causa humana”, reforçam.

Em caso de situações inesperadas, em que manter o animal possa parecer impossível, a mensagem que deixam é “não abandone, nós podemos ajudar”.

“Independentemente do que quer esteja na origem, peçam ajudam. Não abandonem, não maltratem, existem associações, existimos nós e acreditamos que podemos ajudar”, refere Sara.

O grupo alerta também para a denúncia, pois “deve ter-se sempre em mente que abandono é crime” e face a uma situação destas deve contactar-se as autoridades, reforça.

Sofia Ribeiro, também dirigente do grupo, frisa que o principal papel é mesmo mudar mentalidades, “sendo esta a mais dura das missões”, pois só assim se conseguirá chegar a bom porto na missão maior.

“Mais do que salvar ou tentar fazer a diferença na vida destes animais, é preciso despertar a consciência do que tem que mudar para que a causa animal possa ser uma causa transversal e possa merecer a atenção que deve ter”. “A nossa missão é ser um porto seguro para os animais que precisam de nós”, disse.

Sensibilizar os jovens para a causa e para a continuidade do trabalho é outra das missões “escondidas”, que o grupo leva a cabo em especial nas escolas.

“Vamos às escolas, mostramos o que fazemos, para que um dia eles possam continuar o nosso trabalho. Chamá-los para participar nas nossas campanhas de recolha. Estas são as nossas missões mais escondidas, porque as visíveis estão bem patentes na nossa página oficial”, explicaram durante a emissão do programa “Manhãs da RCC”, referindo-se aos animais abandonados que resgatam e para quem procuram sempre uma nova família.

Embora prestem apoio em várias frentes, é nos gatos que centram a sua atenção.

Ajudam no controlo de colónias de gatos, com cerca de uma dúzia identificadas, com esterilização de gatas, por exemplo, mas a verdade é que cada vez há mais e “sem ajuda” não conseguem o objetivo ideal que “era ter todas as colónias identificadas e controladas”, referem.

Atuam principalmente nos concelhos da Covilhã e Fundão e como um dos elementos é de Pinhel desenvolvem também nesse território alguma atividade.