É difícil, mas é uma meta. O Sporting Clube da Covilhã, único clube da Associação de Futebol de Castelo Branco que é entidade formadora com classificação de 4 estrelas, ambiciona mais, embora não seja uma meta que se consiga atingir no curto prazo, avança António Vicente, coordenador da formação do clube.
“É possível. Há alguns critérios que são difíceis neste momento, nomeadamente o futebol feminino, que é uma imposição, e a produtividade de jogadores, ou seja, jogadores que saem da formação para o futebol profissional”, explicou. Deixou claro que “são critérios que demoram tempo, não se consegue de um dia para o outro, pelo menos de uma forma sustentada. Estamos a trabalhar para melhorar o que podemos e acredito que com melhores condições e mais apoio conseguimos chegar às 5 estrelas”, disse, em declarações à Rádio Clube da Covilhã.
Depois de questionado na assembleia geral do clube, que decorreu na última segunda feira, sobre as condições da formação, aos jornalistas não escondeu que a falta de infraestruturas, nomeadamente os tão desejados campos sintéticos, “é um entrave ao trabalho e a uma ambição maior”.
No decorrer dos trabalhos o vice-presidente Paulo Rosa garantiu que na temporada que se avizinha, sempre que possível, as equipas jovens vão jogar no Santos Pinto e ser transportadas no autocarro do clube.
“Um incentivo para que possam sentir mais o clube, usufruindo das condições que o este tem ao seu dispor. Tudo o que for possível para a formação é disponibilizado e é dado”, reforçou António Vicente.
Destaca que pese embora o empréstimo do complexo desportivo por parte da autarquia, que o clube agradece, as condições não são as melhores.
Para o coordenador 90% dos problemas serão resolvidos quando a academia de formação do clube avançar e tiver ao dispor, pelo menos, um sintético com os respetivos balneários.
Com 200 jovens e crianças a treinar, em todos os escalões, e com a equipa de iniciados a jogar na 2.ª divisão nacional, António Vicente realça o constante sobe e desce aos escalões nacionais, não só no caso do Sporting da Covilhã, mas de quase todos os clubes da região.
Uma dificuldade que se explica com a falta de jovens.
“É uma evidência que nós temos poucos jovens no distrito. Somos das regiões mais envelhecidas do país, e das que tem menos clubes e menos jogadores. Entre as 22 associações de futebol a nossa é das que tem mais dificuldades pelo contexto, pela falta de pessoas e de recursos. Os nossos melhores jogadores são bons, mas não são em quantidade suficiente para se manter uma equipa, de uma forma sustentada, nos nacionais”.
Dados que o levam a concluir que não há clubes a mais, “mas jovens a menos e pouco apoio aos clubes do interior”, disse.
O responsável reclama mais apoio para os clubes da região no geral, afirmando que é preciso um tratamento diferenciado.
“Não nos podemos comparar a um Benfica, Porto, Sporting, Braga ou Guimarães. Equipas que nos grandes centros urbanos têm milhares de jovens à escolha. O envelhecimento da população reflete-se na prática desportiva a nível jovem”, deu conta, vincando que “com melhor investimento, mais apoio, tratamento diferenciado, podemos chegar ao nível dos outros clubes, não vejo porque não”.
Na próxima época o Sporting da Covilhã vai entrar em todas as competições de formação da Associação de Futebol de Castelo Branco e ainda no nacional de iniciados na 2ª divisão.
Aponta como objetivos ser campeão em juvenis e juniores para chegar ao nacional, mantendo a equipa de iniciados no nacional.
Quanto a treinadores, a equipa de juniores continua a ter ao comando Leandro Grimi, Eduardo Maia vai treinar a equipa de juvenis e José Rosa será o treinador dos Iniciados.