Um “ambiente doentio” e uma “destruição avassaladora do meio ambiente a nível sonoro, paisagístico e atmosférico”. É assim que a Associação de Moradores do Sítio da Gramenesa, no Fundão, caracteriza aquela zona devido à Central de Biomassa do Fundão.
Fernanda Andrade, em nome da associação, falou na última Assembleia Municipal, que decorreu na passada sexta-feira, sobre as consequências ambientais e de saúde pública que a Central está a causar naquele território e nos seus habitantes. Segundo a associação, a Central está a causar “danos irreparáveis” na saúde daqueles moradores.
Acusando os “interesses económicos individuais que se sobrepõem ao bem-estar da população”, a associação pede ao Município que “ordene devidamente e faça respeitar os limites para que todos possamos conviver serenamente sem haver prejuízos para ninguém”.
Apontou a “combustão lenta da estilha que se encontra amontoada” e que tem efeitos na vida diária daquelas pessoas. Apelou ao Município “que preserve o que resta da Quinta da Gramensa de forma a manter o que resta de natureza e de biodiversidade”.
Paulo Fernandes, presidente da Câmara Municipal do Fundão, respondeu que “o processo da Central está numa fase muito crítica” e que muitas das questões colocadas pela associação “foram enviadas para entidades”. “O Município colaborou ativamente na documentação de base para a defesa da causa dos nossos concidadãos e vai manter-se nesse prisma em todo o processo”, concluiu.
No início do ano, os moradores decidiram avançar com uma ação em tribunal porque a central, a funcionar 24 horas por dia, não cumpria os limites impostos pelos regulamentos de ruído nem possuía título válido de emissões.
Notícia corrigida às 12:05 do dia 06/10/2023.