Covilhã vestiu-se de rosa e caminhou contra o cancro da mama

Os quase dois mil participantes na caminhada “Pequenos passos, grandes gestos” criaram uma verdadeira onda rosa de apoio que invadiu Covilhã este sábado à tarde.

Um evento que decorre em simultâneo em sete cidades do centro onde o movimento “vencer e viver” está implementado e que, mais do angariar fundos para o apoio a mulheres com cancro, pretende chamar a atenção para a prevenção da doença, que é a palavra-chave quando se fala de cancro da mama, sublinhou Laura Tomé, do Núcleo Regional Centro da Liga para Portuguesa Contra o Cancro, à nossa reportagem.


“É uma oportunidade para chamar a atenção para a prevenção. É o cancro com mais incidência junto das mulheres, mas se forem detetados precocemente, 90 por cento podem ser curados” disse, sublinhando que “é por este motivo que a liga disponibiliza o rastreio, gratuito à população”

Por outro lado, esta é também uma oportunidade para divulgar o movimento “Viver e Vencer”, realça a responsável.

Trata-se de um movimento de voluntárias, todas sobreviventes, e o seu testemunho é fundamental para que “as mulheres diagnosticadas saibam que não estão sozinhas”.

Para além do apoio prático, as mulheres contam na primeira pessoa o que é ter a doença e passam a mensagem que “é possível sobreviver”.

“Elas são um testemunho de esperança, compreendem o problema, sabem por aquilo que a mulher está a passar. Melhor do que uma pessoa sem experiência, têm a capacidade empática de se colocar no lugar da mulher que está a passar por essa situação”, vincou

No caso concreto da Covilhã o grupo apoiou este ano 83 mulheres, avançou Rosa Rainha coordenadora do núcleo.

A responsável diz que é muito positivo ser essa voz amiga, mas lamenta que a incidência da doença esteja a aumentar.

Não tem dúvidas que o estilo de vida sedentário e a alimentação sem regras são as causas, e por isso deixa o alerta: “mudem”.

O diagnóstico precoce, por outro lado, é a chave para sobreviver, vinca Rosa Rainha. 

As pessoas têm que se consciencializar que é muito importante, não deixem passar. Desde que vão atempadamente tem cura. Eu há 25 anos. Tinha 38 anos” realça.

Conta que no seu caso foi o fator hereditário, a mãe faleceu com cancro da mama 4 anos antes de também ela ser diagnosticada. Cada caso é um caso e está na mão de cada um escolher um estilo de vida saudável e apostar na prevenção.

Para além de ser “ombro amigo”, e passar a mensagem positiva, o grupo também apoia sob a forma de equipamentos como prótese capilares, mamárias, entre outros.

Sobre a onda rosa que uma vez mais invadiu a cidade a responsável diz que “é um orgulho ver a receção que a iniciativa tem ano após ano”.

Recordar que por ano, em Portugal, 7 mil mulheres são diagnosticadas com cancro da mama.