O dia amanheceu cinzento, mas nem o nevoeiro demoveu os mais de 20 escuteiros e os mais de 60 elementos da Fraternidade Nuno Alvares, de vários pontos do país, para além de muitos populares, de porem mãos à obra e, juntamente com a Câmara Municipal da Covilhã que promoveu a iniciativa, enriquecerem a serra da Atalaia, na zona ardida em 2022, com mais 2.000 azinheiras.
Pedro Mingote, técnico do Gabinete Florestal da Camara Municipal da Covilhã, sublinha a importância de optar por espécies autóctones resistentes ao fogo, como é a azinheira, para esta ação.
“É resistente ao fogo e já era de cá. Já da Serra, era da Cova da Beira e da região da Beira Baixa. A serra vai ficar mais rica com esta espécie e o fogo vai ter mais dificuldade em a consumir. As serras estão povoadas com pinheiro-bravo, que é mais rentável, mas é uma resinosa o que provoca maior dificuldade no combate ao fogo”, disse.
A recomendação é que se opte por espécies autóctones resistentes ao fogo, como a azinheira, carvalho ou até medronheiro, como já existe na Serra da Atalaia, sublinhou o responsável.
Dá conta que esta “é a época ideal” para fazer plantação na Serra. “Em outubro pega tudo, diz o povo e com razão”, aconselhando por isso que esta ações se desenrolem nesta época, em detrimento das usuais em março, uma vez que nesse caso perdem-se muitas árvores devido ao calor do verão.
Pedro Mingote frisou que esta é uma das várias ações que estão no terreno, ao abrigo do protocolo celebrado em outubro de 2022 com a Agência Portuguesa do Ambiente(APA) e com o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), para a estabilização de emergência e reabilitação da área ardida.
“Esta é uma das várias ações que estão no terreno”, disse, detalhando que o processo se iniciou com a estabilização dos solos, realizando sementeiras de centeio, depois foram cortadas as árvores ardidas, como medida de prevenção e proteção. Estão no terreno ações de controlo de espécies invasoras, nomeadamente de mimosas, bem como obras de correção torrencial, realizando desassoreamento no rio Beijames em Verdelhos e em outras ribeiras. Há ainda intervenções na rede viária florestal.
Paulo Serra, coordenador do Núcleo do Teixoso da Fraternidade Nuno Álvares, explica que a FNA todos os anos organiza uma ação destas na região e este ano coube ao Teixoso estar envolvido na ação.
Aponta que, para além de reflorestarem, estas iniciativas são um exemplo prático, para os jovens escuteiros que também participam, de como tratar a natureza.
O responsável sublinha que em novembro e em março a Fraternidade tem agendadas mais ações para plantação de árvores.