A Covilhã vai acolher um piano de cauda Érard centenário cedido pelo Museu Nacional da Música por um período de 10 anos. O instrumento, que já conta com um século de história, fica, a partir de hoje, alojado no Teatro Municipal da Covilhã (TMC), com um objetivo: ser usado.
A cedência surge no seguimento do encerramento do Museu Nacional da Música ao público e da sua consequente transferência para o Real Edifício de Mafra. Na parceria com o Município, está prevista a realização de pelo menos duas atividades do Serviço Educativo do Museu Nacional da Música acerca do piano no Teatro Municipal da Covilhã por ano. Além disso, o TMC pode usá-lo para espetáculos e outras atividades desde que devidamente referido, divulgado e bem condicionado.
Numa sessão simbólica que decorreu ontem à tarde no TMC, onde a pianista Fernanda Canaud fez tocar o piano a primeira vez na Covilhã, o diretor do Museu Nacional da Música manifestou a sua certeza quanto ao “melhor futuro” que o secular instrumento terá.
Para Edward Ayres de Abreu, “um piano ao serviço da comunidade musical da Covilhã está necessariamente ao serviço do Museu Nacional da Música. A missão do Museu é ser referencial no panorama nacional, uma estrutura descentralizada o mais possível e partilhar a mensagem de que o seu património é nosso e que fazê-lo circular só nos faz bem”, disse, referindo-se ainda ao “som próprio” de um piano centenário que caracteriza o instrumento.
Regina Gouveia, vereadora com o pelouro da cultura da Câmara Municipal, esta “é uma cedência que orgulha muito” o município.
“O Teatro Municipal da Covilhã merece, pela programação que tem, cuja requalificação preservou valores importantes do edifício e porque a Covilhã, ao nível da cultura, está a fazer um caminho muito interessante em termos de comunidade”, disse a vereadora, referindo-se à riqueza do movimento associativo covilhanense.
Com um acervo de mais de um milhar de instrumentos e de várias idades, o Museu Nacional da Música está a realizar vários protocolos com diversos municípios do país para acolherem instrumentos do seu acervo com o fim de descentralizar o museu, colocando-os ao serviço das comunidades musicais locais.