A Câmara Municipal do Fundão apresentou, na passada reunião pública de 27 de novembro, o orçamento para 2024 no valor de 48 milhões e 866 mil euros que, segundo Paulo Fernandes, presidente do Município, é “dos maiores orçamentos apresentados nos últimos anos”, sendo “seguramente o maior da última década”.
Deste orçamento, aprovado por maioria com a abstenção da bancada do Partido Socialista, cerca de 28 milhões e 400 mil euros são para despesas de âmbito corrente e 20 milhões e 450 mil euros para despesas de caráter de capital.
“Olhando para estes dois grandes agregadores, o que se apercebe imediatamente é que ambos aumentam, mas há um aumento de muito maior proporção no âmbito das despesas de capital”, afirmou o autarca, referindo-se ao orçamento de 2023, que foi estipulado em 39 milhões e 400 mil euros.
Este documento terá, assim, um aumento formal de 10 milhões de euros, apesar de, em termos factuais, o aumento ser inferior devido à previsão de fecho de contas superiores ao orçamentado, notou o autarca.
Paulo Fernandes revelou que o grande destaque do orçamento para 2024 é a habitação, “grande prioridade” do executivo que, no capítulo do investimento, ocupará uma fatia de 50%. Em termos de execução, ela “nunca será inferior a 7 ou 8 milhões de euros na habitação, podendo até chegar aos 14 milhões”.
Das três vertentes da habitação que o Município se tem dedicado (rendas acessíveis, 1º Direito, e alojamento temporário e urgente), o Fundão irá investir mais nas rendas acessíveis, começando já em janeiro um concurso de 18 milhões de euros para construção de 130 fogos habitacionais de raiz.
No que diz respeito às obras, Paulo Fernandes começa por destacar o Cine-Teatro que, atualmente com cerca de 3 milhões de euros de execução, terá previstos mais 1,5 milhões para o próximo ano, correspondentes a 9-12 meses de intervenção.
Realça ainda a criação de um novo espaço de balneários no Estádio Municipal com o custo de 250 mil euros, cerca de 1,5 milhões para requalificação de estradas e, outros tantos previstos para a requalificação do quartel da GNR.
O Presidente da Câmara do Fundão relevou também cerca de 900 mil euros provindos do PRR para a Serra da Gardunha e 700 mil euros, que transitam de 2023, para reabilitação do Seminário, onde está o Centro para as Migrações do Fundão.
Joana Bento, vereadora da bancada do PS, afirmou que a sua bancada “está de acordo com o olhar para o que é o Programa 2030 e o que ele projeta para o posicionamento do Fundão no país e na região” e que os vereadores da oposição “não estão em desacordo com as grandes obras e investimentos apresentados”, nomeadamente da Estratégia Local de Habitação.
Contudo, os vereadores do Partido Socialista lamentam a ausência da Central de Camionagem do quadro das grandes obras previstas pelo Município para 2024, uma vez que o Fundão “não tem uma central de camionagem condigna”.
O Orçamento para 2024, no Fundão, foi aprovado com três votos a favor e duas abstenções (PS) e seguirá agora para a Assembleia Municipal, a 21 de dezembro.