II Jornadas da Segurança: O “desafio enorme” da cibercriminalidade em debate na UBI

“Aprofundar a problemática do cibercrime e os desafios que pesam na cibersegurança” foi o ponto de partida para as II Jornadas da Segurança, que decorreram ontem à tarde na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade da Beira Interior.

“Num mundo cada vez mais conectado”, em que tem acelerado “a transformação digital da economia e da sociedade”, “o cibercrime é um problema crescente”, começou por notar Rafael Marques, Comandante Distrital de Castelo Branco da PSP.


“Como as nossas vidas dependem cada vez mais das tecnologias digitais, os ciberataques estão a tornar-se cada vez mais frequentes, com graves prejuízos sobre as vítimas, sejam cidadãos comuns, sejam empresas ou instituições públicas ou privadas”, referiu o comandante.

Estes efeitos foram também notados por Mário Raposo que, lembrando o ataque informático (de ‘ransomware’) que a UBI sofreu há um ano atrás, “paralisando a instituição durante alguns dias”, disse da cibersegurança que é uma “temática da maior importância para todos e para esta universidade em especial”.

O Reitor da UBI lembrou que nos SASUBI (Serviços de Ação Social) houve “perda definitiva da informação relevante sobre os recursos humanos” havendo necessidade de “refazer contabilisticamente todo ao ano civil 2021/22”, sendo este um “exemplo dos desafios e problemas que a transformação digital trouxe para a sociedade e para as instituições”.

Desafios e problemas que nem sempre são fáceis de solucionar, dadas as “dificuldades em modernizar a infraestrutura tecnológicas e a falta de recursos tecnológicos necessários para facilitar a aprendizagem e investigação”, além da “recente dificuldade em recrutar recursos humanos qualificados nesta área”, face ao mercado privado.

Estes e outros exemplos foram corroborados por José A. Barros Correia, Diretor Nacional da PSP, que agradeceu o compromisso da UBI para com a PSP e do protocolo assinado entre as duas instituições que permitiu a realização daquele evento.

O Diretor Nacional vincou que “nunca é demais dizer que o combate à criminalidade, seja ela qual for, terá que ser feito num quadro de cooperação e coordenação entre todas as forças e serviços de segurança” e que, no âmbito da cibercriminalidade, “o desafio é enorme”.

Para isso, a PSP criou em 2020 o Núcleo de Cibercriminalidade no Departamento de Investigação Criminal para apoio das investigações que lhe são delegadas pelo Ministério Público “face ao incremento exponencial da criminalidade associada às redes sociais”, elencando as vítimas vulneráveis, os idosos e os jovens.

As II Jornadas da Segurança permitem, para José A. Barros Correia, levar “conhecimento científico às metodologias policiais”, de forma a “melhor adequar” o comportamento das forças de segurança pública face aos desafios crescentes que as sociedades digitalizadas enfrentam.