“Políticas de atração de investimento” foi o primeiro tema escolhido, por proposta do PSD, para o debate entre grupos municipais na última Assembleia Municipal da Covilhã.
Para Vanda Ferreira, deputada eleita pelo Partido Social Democrata, este é um tema que, aparentemente, “é um passeio no parque para o PS”, referindo-se aos anúncios, “públicos e privados”, dos investimentos no concelho.
“Os covilhanenses são inteligentes e sabem que investimento anunciado pelo executivo socialista não é, nem será, garantia de investimento realizado”, frisou.
Durante a sua intervenção, Vanda Ferreira elencou alguns dos investimentos “anunciados na página pessoal de Facebook do vereador Serra dos Reis”. Em causa está a construção de uma residência sénior na Covilhã, dois hotéis de 4 estrelas no Tortosendo, a requalificação da Garagem de São João, Bairro da Alegria, fábrica Alçado e Rosa e Tinturaria Petrucci, e ainda a construção do hospital privado da CUF, Hospital Privado das Beiras, uma fábrica de diamantes sintéticos e o City Center Covilhã.
De acordo com a deputada do PSD, os anúncios foram feitos entre finais de 2022 e 2023 e “ainda não passaram de simples anúncios”.
“Se estamos enganados, informem este órgão em que fase estão todas estas promessas de investimento. Independentemente das respostas, relembro que tudo eles são investimentos de privados”, disse.
Vanda Ferreira salientou ainda não conhecer “nenhum investimento que tenha vindo para a Covilhã pela proatividade e capacidade de atração de investimento deste executivo”.
A deputada do PSD questionou “em que ponto está o Plano Diretor Municipal (PDM). “A eterna questão do PDM como entrave ao crescimento do investimento”, frisou.
Perguntou ainda “como está o alargamento do Parque Industrial do Tortosendo, fundamental para o desenvolvimento do município”, e o dossier do investidor da Câmara Municipal da Covilhã, “documento imprescindível para que todos os que pretendem investir no concelho conheçam os custos e os benefícios de aqui investirem”.
Vanda Ferreira concluiu, vincando que “a área de investimento no concelho não é um ponto forte do executivo”.
Vítor Reis Silva, da bancada municipal do PCP, diz não ver mal nenhum “na forma e intenção como os anúncios são feitos à população”, sublinhando que, se assim não fosse, “estaria a falar-se de falta de transparência ou informação”.
No seu discurso, o deputado eleito pelo PCP referiu que as políticas municipais “podem ser facilitadoras para a atração de investimento”, apresentando, como exemplo, a atualização do PDM, “que está ainda na 1ª geração”.
Pelo grupo municipal do CDS, usou da palavra António Freitas para dizer que o tema não se devia chamar “políticas de atração de investimento”, mas sim “a falta delas”.
O investimento privado “deve-se aos que trabalham diariamente nas empresas e comércio, assim como aos investidores privados que apresentam propostas, e não a uma intervenção direta do município para a captação de investimento”, disse.
Quanto aos investimentos anunciados, António Freitas questionou se “continuamos na senda das falsas promessas ou da campanha que, pelos vistos, já começou”.
Em última nota, o deputado do CDS deixou um repto à autarquia, para que a mesma “se comprometa a acompanhar 10% dos investimentos privados”.
Hélio Fazendeiro, líder da bancada socialista, começou por agradecer ao PSD a indicação do tema, uma vez que “dá para compreender a quantidade de investimentos que tem acontecido na Covilhã”.
“De acordo com a oposição ao executivo municipal, a Covilhã está parada e a regredir, o que significa um atestado de inconsciência aos investidores, porque todos eles, com a Covilhã a regredir, resolvem arriscar o seu dinheiro para apostar numa cidade que está, segundo a oposição, a definhar”, vincou.
Segundo Hélio Fazendeiro, pela primeira vez desde 2018, a Covilhã conseguiu inverter o saldo migratório. “Estamos a atrair mais pessoas do que aquelas que perdemos”.
Na educação, “existe um aumento da idade e da habilitação dos trabalhadores de 9,5 anos em 2013 para 10,5 anos atualmente”.
Na área da saúde, em 2013, havia 271 empresas e, em 2021, são 456.
Na proteção social, a prestação do desemprego, em 2013, eram 1443 os beneficiários do subsídio do desemprego, sendo que, em 2022, eram 459.
“Políticas de atração de investimento” foi o tema do terceiro debate entre grupos municipais desde a aprovação do novo regimento, em junho passado.
A Assembleia Municipal teve lugar na passada sexta-feira, dia 22.