As descargas sem regras, em vários locais do concelho de Manteigas, incluindo zonas de floresta e em rotas pedestres, revela falta de civismo e de respeito que tem que ser travado, disse o presidente da Câmara Municipal de Manteigas, Flávio Massano, durante a reunião do executivo.
O tema foi lançado por Tomé Branco, vereador do PS. Na sua intervenção sustentou que facilmente identifica nove locais onde há vazamento desses inertes, considerando tal prática “um grave problema”.
Para além da questão ambiental esta situação tem implicação com o turismo, sublinhou, detalhando que uma das situações acontece no acesso a uma das rotas mais visitadas, tendo implicação direta com o turismo.
“Tem que se por cobro a estas situações”, vincou o autarca.
O vereador sublinha que cabe ao município resolver a questão, deixando três possíveis soluções.
“Isto é um problema, reconheço que os munícipes e empreiteiros têm esta dificuldade, mas tem de ser resolvido”. A primeira solução proposta é “a colocação, por parte da Câmara, de banheiras para depósito de resíduos com pagamentos ao peso”, a segunda é a recuperação uma proposta do vereador Nuno Soares e do PSD na altura, disse, apontando “a disponibilização de «big bags» para recolha de detritos de obras particulares”.
Para minimizar os impactos das obras a decorrer o vereador sugere a colocação de redes de ocultação com imagens, em vez da rede verde.
O autarca sublinha que “tem de se resolver o problema aos munícipes e empreiteiros porque multar não será solução”.
Uma denúncia que denota coragem, disse o presidente da Câmara, que se mostrou indignado com algumas das fotos que Tomé Branco enviou aos restantes membros do executivo, em especial aquelas em que havia restos de capoto, “que se irão manter espalhados pelas nossas encostas para todo o sempre”, lamentou o autarca.
Sublinhando que muitos dos manteiguenses vivem do turismo, aponta que é preciso que todos cuidem do território para que o destino Manteigas continue a ser “um destino de sucesso”.
O autarca realça que este é um problema que existe há anos, afirmando que nunca se quis “mexer com ele, porque toca também nos empreiteiros, que mexem com muita gente”, mas tem que se travar “a falta de bom senso e de respeito” de quem comete estas infrações. “Nós vamos mexer com ele”, garantiu.
Vinca que em primeira instância o município vai agir pedagogicamente sobre estes infratores, mas dando conta que terão que pagar pela recolha e descarga dos inertes em local próprio.
“Podemos estudar essas situações, mas não resolve se as pessoas não estiverem sensibilizadas que há um custo para isso. Têm de pagar, não há almoços grátis. A Câmara vai pagar, e muito, por estes detritos”, disse.
Flávio Massano adiantou, também, que mesmo os estaleiros ao ar livre utilizados pelo município no passado vão ser desmantelados.