“Matérias” é o nome do projeto que levará, ao Bairro das Nogueiras, no Teixoso, uma escultura, criada a partir de fragmentos têxteis, entre a comunidade e os moradores.
O objetivo é “trabalhar com a comunidade, não só do bairro, mas da vila do Teixoso e de quem queira participar”, revelou Ana Mena, promotora do projeto, em declarações aos jornalistas na apresentação pública da iniciativa.
A escultura será feita a partir de desperdícios têxteis de lã das indústrias locais, sendo que a comunidade “é convidada a criar fragmentos de tecelagem como matéria-prima para a realização da escultura”.
Ontem, no bairro social do Teixoso, Ana Mena sublinhou ainda que a iniciativa irá abordar as componentes cultural, artística, social, educacional e ambiental, pretendendo “difundir várias mensagens através da arte”.
“Abordar a própria identidade da Covilhã, que tem a ver com o mundo dos têxteis; a possível oportunidade de pessoas desempregadas poderem criar o seu próprio negócio na área dos têxteis; e ainda temas relacionados com a produção e uso das roupas, uma vez que a indústria da moda é uma das mais poluidoras”, explicou.
Regina Gouveia, vereadora da cultura na Câmara Municipal da Covilhã, falou no projeto “Matérias” como uma iniciativa “da comunidade, pela comunidade e para a comunidade”.
A autarca salientou ainda a importância de parceiros “com o mesmo objetivo se juntarem”, como é o caso da Beira Serra – Associação de Desenvolvimento, parceira da iniciativa e que escolheu o Bairro das Nogueiras, no Teixoso, para implementar este projeto.
António Carriço, presidente da União de Freguesia do Teixoso e Sarzedo, frisou que o bairro “merece projetos que o desenvolvam a nível social, cultural ou desportivo”.
“Merecem tanto ou melhor que as pessoas que residem na vila, devido às necessidades do dia-a-dia”, disse, mostrando-se satisfeito com a criação do projeto “Matérias” no Bairro das Nogueiras, que servirá para “estreitar laços entre os moradores e a comunidade”.
Apesar de ainda não existirem datas oficiais para a apresentação do projeto, o mesmo será apresentado em três locais distintos.
A primeira exposição acontecerá em setembro/outubro, no Bairro das Nogueiras, seguindo, no final do ano, para o Museu dos Lanifícios e, depois, para Lisboa durante o ano de 2025.
O projeto, constituído por uma equipa multidisciplinar, é financiado pela Direção Geral das Artes (DGArtes) em 15 mil euros.