Covilhã: Alunos de 3 escolas transformam armários de energia elétrica em arte

Cerca de 500 alunos de três escolas da Covilhã vão usar a arte num Posto de Transformação e em 10 armários elétricos da E-redes, para os transformar em obras de arte que tenham impacto na comunidade, foi anunciado em conferencia de imprensa na tarde de sexta-feira.

Trata-se do resultado de uma candidatura do Município da Covilhã ao apoio da empresa distribuidora de eletricidade no âmbito do programa “Dar Energia à Cultura” e que envolve as escolas Campos Melo, Frei Heitor Pinto e Quinta das Palmeiras, num total de cerca de 500 alunos.


No encontro com os jornalistas, a vereadora da Cultura na Câmara Municipal da Covilhã, Regina Gouveia, detalhou que o projeto será implementado até maio, pretendendo que as intervenções das três escolas no terreno ocorram na mesma altura para que tenham “maior impacto na comunidade”.

“Esta fase de intervenção está programada para maio e estamos a afinar datas para ocorrerem em simultâneo, para ter impacto na comunidade”, esperando que haja “envolvimento, que haja curiosidade, que as pessoas vão assistir ao desenvolvimento dos trabalhos”, disse Regina Gouveia.

O tema escolhido para os alunos explorarem é o “debuxo e a industrial têxtil” um tema identitário da cidade.

O debuxo é design e por isso tem uma importância inquestionável no projeto da Covilhã como cidade criativa, tem uma relevância muito grande na nossa identidade cultural, e não tem apenas a ver com passado, tem a ver com presente e deve ter a ver com a nossa visão para o futuro”, detalhou.

Para inspiração os alunos terão oficias orientadas por um artista que o Município irá escolher em breve, com o intuito de aportar diversidade à formação que os professores das três escolas já ministram, explicou a autarca, vincando que serão também proporcionadas visitas a indústrias têxteis para melhor explorarem o tema.

A iniciativa está também enquadrada no âmbito da Covilhã Cidade Criativa da UNESCO na área do Design e no Plano Nacional das Artes em que as três escolas estão envolvidas.

A escola Quinta das Palmeiras irá fazer a intervenção no Posto de Transformação da escola, sendo que as restantes irão intervir nos armários da E-redes, no centro histórico da cidade, próximos uns dos outros por forma a construir “uma rede” para visitas futuras.

Estão localizados um na rua Rui Faleiro, cinco da rua Visconde da Coriscada, um na rua Campos Melo, um na rua Capitão Alves Roçadas e dois na rua António Augusto Aguiar.

Regina Gouveia também explicou que estará presente um elemento da E-redes por forma a assegurar a segurança dos trabalhos.

Os representantes das escolas na conferência de imprensa foram unanimes a enaltecer a importância do projeto para a formação dos seus alunos.

Isabel Fael, diretora da escola Campos Melo, agradeceu o desafio feito aos alunos para intervirem no espaço público, considerando que ficarão a conhecerem melhor a sua cidade, vincando que esta é uma oportunidade para visitarem indústrias, e, assim, “saírem da caixa e alargar os seus horizontes”.

Marco Santos, diretor do Agrupamento de Escolas Frei Heitor Pinto, também sublinhou a importância de os alunos saírem da escola e embelezarem a cidade, percebendo desta forma “que a escola não são só as quatro paredes, o quadro e o professor, mas tudo que está em volta”, sublinhou.

Maria Afonso, coordenadora do projeto cultural da Escola Quinta das Palmeiras, frisou que este projeto “é uma mais-valia para os alunos”, destacando que o projeto cultural que estão a desenvolver se denomina “Cria Tramas”, considerando que este desafio “é a cereja no topo do bolo”, no trabalho que os alunos já estão a desenvolver.

O projeto tem financiamento de 4.775 euros da E-Redes, para material específico de apoio à ação de pintura, sendo que o restante será suportado pelo Município da Covilhã.