Depois de no ano passado o programa “Aldeias Seguras, Pessoas Seguras” ter sido implementado em Trigais (Erada), ontem foi a vez do mesmo chegar a mais quatro lugares do concelho da Covilhã, nomeadamente, Pereiro, na freguesia de Sobral de S. Miguel, e Casal de Santa Teresinha, Cambões e Vale Cerdeira na freguesia de São Jorge da Beira.
Recordar que o programa “Aldeias Seguras, Pessoas Seguras”, tem como foco principal a segurança das pessoas em caso de incêndio, mantendo-as concentradas em locais seguros dentro da povoação. Cada uma das aldeias tem um “oficial de segurança” que avisa a população e faz a ponte com as autoridades, garantindo que todos cumprem os passos necessários para chegar aos abrigos em segurança.
O programa foi apresentado numa sessão realizada ontem, dia 24, no pavilhão do Pereiro, em simultâneo para as quatro localidades.
As novas “Aldeias Seguras” do concelho são lugares isolados, rodeados de floresta e com acessos que se podem revelar fatais, se, em caso de incêndio, se optar pela fuga. É isso que se quer evitar e, com as condições criadas com este programa “as populações locais sentem-se mais protegidas”, garantiram os “oficiais de segurança” nomeados para estes locais em declarações à Rádio Clube das Covilhã.
Na ação António Fonseca, em representação da Autoridade Nacional de Proteção Civil, reforçou aos presentes a necessidade de interiorizar o que fazer em caso de incêndio, sublinhando que “o objetivo é que as populações se refugiem e se concentrem em locais seguros”, garantindo que a evacuação será a última hipótese, porque “é mais seguro ficar que fugir”. “Temos que mudar comportamentos, é simples, e essa mudança salva as pessoas”, concluiu.
Uma ideia partilhada pelos presidentes de junta de freguesia. Sandra Ferreira, autarca de Sobral de S. Miguel, sublinha que o Pereiro é um lugar distante da sede de freguesia e muito isolado, sendo por isso fundamental ter a povoação segura e protegida, “porque sabe os procedimentos a fazer”.
“É bom que saibam o que fazer, a quem se dirigir e como atuar e não fugir. Saber como se proteger sem sair da localidade, que é o mais seguro”, frisou.
Paulo Quintela, presidente da Junta de Freguesia de São Jorge da Beira, comunga da mesma opinião, assegurando que nos três locais da sua freguesia todos estão na disposição de cumprir o que ouviram, assegurando que todas as condições estão criadas pela Proteção Civil para que a população fique em segurança.
Luís Marques, Coordenador Municipal da Proteção Civil, sublinhou que ficar é seguro, “agarrar no carro e fugir não é solução”, afirmou na sua intervenção por diversas vezes. “Não é a fugir que nos vamos salvar, é estar nestes locais (abrigos), mais resistentes ao fogo é que é seguro”, lembrou à população, apelando que não tentem a fuga pela estrada “porque muitas vezes não corre bem”.
José Armando Serra dos Reis, vice-presidente da Câmara Municipal da Covilhã, sublinha que estas ações junto da população têm como objetivo “formar e preparar as pessoas, para que saibam como agir para se manterem seguras”.
“Convém que as pessoas saibam o que fazer, como e quando”, disse, sublinhando que esta é “uma preparação que se faz com esperança que não seja precisa, mas a aposta tem de ser sempre na prevenção e na segurança”.
Na sessão participou também a GNR que, principalmente, alertou para a necessidade da gestão de faixas de combustível e limpeza de terrenos para garantir a segurança coletiva.
Nestas localidades está colocada a sinalética para que habitantes e visitantes consigam facilmente encontrar o caminho para os locais identificas como refúgio, local central e seguro onde todos se podem reunir, e abrigo, um local fechado e apetrechado com águas e alimentos onde a população se possa abrigar.
Em cada um dos locais está nomeado um oficial de segurança. No Pereiro é Ana Lopes, em Cambões Maria de Fátima Gomes, em Casal de Santa Teresinha Alice Bernardo e em Vale Cerdeira Rogério Domingos.
Na sessão Luís Marques, Coordenador Municipal da Proteção Civil avançou que é intenção do município, até ao verão, implementar este programa em Terlamonte, Gibaltar e Atalaia (UF Teixoso e Sarzedo), Casal da Serra (Tortosendo) e Relvas (UF Casegas e Ourondo), localidades consideradas prioritárias nesta matéria.