No âmbito da estratégia de combate à vespa asiática, o Serviço Municipal de Proteção Civil criou uma plataforma que permite “georreferenciar os locais onde é feito o extermínio de ninhos”. A informação foi avançada por Luís Marques, coordenador municipal da Proteção Civil, durante a sessão de esclarecimento e apresentação da estratégia de combate à vespa velutina.
O objetivo continua a ser trabalhar com a plataforma nacional, “StopVespa”, mas apenas para registo. “Para controlo, temos uma plataforma própria, que nos permite saber com exatidão o que se passa no concelho”, explicou Luís Marques.
A plataforma “StopVespa”, utilizada a nível nacional, possibilita “localizar imediatamente o ninho e carregar fotografias”. Assim que o caso é reportado na plataforma, a Proteção Civil Municipal recebe um e-mail com todos os dados.
De acordo com Luís Marques, a estratégia de combate à vespa velutina passa por duas etapas: a prevenção e o extermínio.
Na primeira fase, o objetivo é instalar armadilhas, algo que já foi feito em agosto do ano passado, depois de a Proteção Civil ter distribuído diversos dispositivos aos apicultores do concelho.
“Vamos apoiar os apicultores a fazer essa instalação. Em agosto fizemos uma primeira distribuição de armadilhas e produto para colocar dentro das armadilhas. Iremos continuar a fazê-lo”, disse.
Ainda na fase da prevenção, há uma segunda parte, focada na monitorização, que será feita a partir da plataforma, com o objetivo de verificar se as armadilhas “têm o resultado esperado”.
“Fazemos o registo e monitorização de cada armadilha que vamos colocar, para sabermos se essa armadilha está a ser eficaz e se está a capturar a vespa velutina ou abelhas melíferas”, explicou o coordenador municipal da Proteção Civil.
Garantir o extermínio de todos os ninhos até 48 horas depois da comunicação é o objetivo da Proteção Civil, garantiu Luís Marques.
“Após recebermos a informação no Serviço Municipal, definimos, como meta, exterminar todos os ninhos nas primeiras 48 horas, para que consigamos diminuir, quer o número de ninhos, quer a possibilidade de se criarem mais”.
José Armando Serra dos Reis, vice-presidente da Câmara Municipal da Covilhã, revelou que está a ser criado um regulamento de apoio aos apicultores, que irá ser publicado em Diário da República.
“Depois de o regulamento ser elaborado, definimos em que moldes, com quanto e quando vamos apoiar”, explicou o autarca, sublinhando que, relativamente às armadilhas, é algo que já está a ser feito desde o ano passado.
Em 2022, eram 85 os ninhos no concelho da Covilhã, um número que aumentou para 368 em 2023. Havia freguesias sem um único ninho, há dois anos, algo que não acontece nos dias de hoje, como é o caso de Peraboa (6), Vale Formoso e Aldeia do Souto (4) e Verdelhos (13).
Para além destas localidades, há ainda a Aldeia de São Francisco de Assis, Barco e Coutada e Boidobra, com 9 ninhos cada uma, Cantar-Galo e Vila do Carvalho, com 34, Casegas e Ourondo, com 23, Cortes do Meio, com 26, Covilhã e Canhoso, com 74, Dominguizo, com apenas 1, Erada, com 5, Ferro, com 10, Orjais, com 2, Paul, com 22, Peso e Vales do Rio, com 10, São Jorge da Beira, com 12, Sobral de São Miguel, com 11, Teixoso e Sarzedo, com 29, Tortosendo, com 46 e Unhais da Serra, com 13.
Em última nota, o Serviço Municipal da Proteção Civil deixou ainda um apelo para que a população não tente exterminar os ninhos, mas sim que reporte a situação através da plataforma “StopVespa”, do e-mail protecao.civil@cm-covilha.pt, dos números 275 330 600 ou 924 754 508 ou ainda através da Junta de Freguesia.