Aurora Rodrigues, magistrada jubilada, e Isabel do Carmo, médica, são duas mulheres que representam a luta antes do 25 de Abril de 1974, mas também a contínua luta pela defesa dos seus valores.
As duas estiveram esta segunda-feira, dia 9, na Coolabora, a participar na tertúlia “Mulheres e Liberdade”
Nas palavras de Isabel do Carmo, pelo que sofreu, viveu e vive, lutou e luta, Aurora Rodrigues é uma heroína. “Mesmo sendo torturada nunca abriu a boca”. E fez muito mais que isso.
“Nada disso”, responde Aurora. “Sou uma cidadã normal, que teve medo, mas que o enfrentou”.
Sempre esteve no seio de quem queria a liberdade. Teve acesso a livros e estudou. Algo a que muito poucas tinham acesso… E se já antes reclamava liberdade, assistir ao assassinato de um colega universitário às mãos da PIDE foi a gota de água.
Esteve presa, foi torturada, esteve 16 dias privada do sono, espancada a ponto de ter um ataque cardíaco, mas nada disso demoveu a luta contra o fascismo.
Um relato na primeira pessoa em que alerta para os perigos que hoje espreitam. Recorda tempos idos que não se podem repetir, em que todos sofreram, em especial, as mulheres. Tudo aquilo pelo que lutou pode estar em causa nos dias de hoje, sublinha.