AM Covilhã quer ruas do concelho com nomes de “Heróis de Abril e da Liberdade”

Por proposta do Grupo Municipal do PS, a Assembleia Municipal da Covilhã aprovou, por unanimidade, a recomendação de atribuição de nomes de ruas, praças ou jardins da cidade às principais figuras do 25 de abril de 1974.

João Flores Casteleiro, que apresentou a moção, sublinhou que “apesar do merecido reconhecimento já perpetuado a Mário Soares e Francisco Sá Carneiro, ainda não foi feita a devida justiça a quem concretizou o 25 de Abril, nem a todos aqueles que tiveram um papel essencial na construção da democracia”.


Assim, a moção recomenda que o executivo “preste homenagem às principais figuras do 25 de Abril de 1974, em termos de idealização, comando e operacionalização do golpe militar, bem como aos líderes dos partidos fundadores da democracia que ainda não tenham recebido tal distinção, colocando à consideração da Comissão Municipal de Toponímia” a homenagem ao Capitão Salgueiro Maia; Major Otelo Saraiva de Carvalho; Major Melo Antunes e Álvaro Cunhal.

David Silva, presidente da Junta de freguesia do Tortosendo, foi mais além e sugere que, por na altura o Tortosendo ser a denominada “a vila vermelha”, a Comissão escolha a freguesia para homenagear Álvaro Cunhal.

Na reunião foi ainda proposta, pelo Grupo Municipal do PSD, uma moção em que se propõe “celebrar, todos os anos, a data histórica do 25 de Novembro de 1975 e a criação de uma comissão para a organização dos 50 anos do 25 de Novembro de 1975”.

No documento, Vanda Ferreira, que apresentou a moção, recorda que, “após o 25 de Abril de 1974, a Covilhã se mobilizou ativamente para promover a participação cívica e política dos seus cidadãos, contribuindo, assim, para a consolidação do processo democrático no país”. “Reconhecemos que a cidade da Covilhã, pela sua história de resistência e compromisso com os ideais democráticos, deve assumir um papel de liderança na celebração e na valorização dos momentos-chave da democracia portuguesa”.

Vítor Reis Silva (PCP) sublinhou que o objetivo da revolução de 25 de Novembro foi, disseram alguns operacionais, “matar Álvaro Cunhal e os comunistas”.

“Os conservadores militares, alguns democratas tomaram o poder com o 25 de Novembro e entre eles existiam os que queriam matar dirigentes políticos, é esta data que o PSD quer celebrar”, sublinhou, votando contra.

Também o PS votou contra a moção, apelando que “não se pactue com a ideia de que o 25 de abril é propriedade da esquerda e que o 25 de novembro é da direita. A liberdade de abril pertence-nos a todos nesta assembleia”, disse João Flores Casteleiro.

A moção foi chumbada com 25 votos contra, 3 abstenções e 10 votos a favor.

A Assembleia aprovou, com 34 votos a favor e 3 abstenções, por proposta do PCP, uma moção pelo “quinquagésimo aniversário da revolução – comemorar Abril e afirmar, o poder local democrático” . Por proposta do PS foi aprovada, por unanimidade, uma moção “pelo cessar das hostilidades e pela paz no Médio Oriente”.